Meg tem 16 anos. Disse ao garçom: “ Um chope claro! Sem colarinho”. “Dois” — disse o companheiro. Em menos de cinco minutos o garçom baixou duas tulipas sobre a mesa. Meg sentiu prazer sem que o álcool percorresse as veias. Olhou para o companheiro. Levantou a tulipa. Rodou a bolacha quatro vezes. Colocou-a mais próxima de si. Girou o dedo indicador no ar. Como na propaganda que sugere redondo. Enfiou-o na tulipa. Mexeu a espuma do chope. Olhou lasciva para o companheiro. Chupou o dedo. Sorveu o primeiro gole. Conversa. Cumprimenta quem passa. Sorve o segundo. O terceiro. A quarta tulipa de chope. As pessoas giram redondas. As mesas. As cadeiras... O mundo de Meg agora girava redondo. Disseram-lhe que se tomasse chope tudo giraria em sua volta. Seria ela o centro. Não mentiram para Meg. As coisas de fato giravam.Embriagara-se. Mas ela estava puta. Giravam, mas não se aproximavam. Era como se tudo e todos estivessem numa centrífuga. Em direção oposta ao centro — a ela. Foi quando Meg descobriu por que uns dizem que esse mundo é um porre.
LIZIAS