APAGANDO ESTRELAS
Aos apagadores de estrelas
de todo o mundo..
“Sou como a madrugada, apago estrelas”,
Já dizia a poetisa portuguesa(*).
Iguais a ela há tantos, com certeza,
Diferentes e azedos, que vão pelas
Nossas vidas deixando mil seqüelas...
Apagam tudo, esmaecem a beleza
Das luzes, empobrecem a riqueza
Das cores, murchecem as flores belas!
São tantos... se comprazem na ousadia
De imitar a poetisa, e com maldade
Nos roubam especialmente a alegria!
Enquanto ela o fazia, sem crueldade,
Nos sonhos e quimeras da poesia,
Estes apagam estrelas de verdade!
Adelay Bonolo
(*) Florbela Espanca
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