A LEMBRANÇA DA MÃE
Há uma grande tristeza pela casa.
Uma tristeza que contagia tudo.
O passarinho está ficando mudo,
Não canta, não pula, nem bate a asa.
Até o velho cão, num grunhido agudo,
Uma lágrima nos seus olhos vaza.
E o fogão à lenha, alegria em brasa,
Só tem cinza, mais nenhum conteúdo.
As pessoas também mudas, na mesa
Tamborilam batuques de tristeza,
Num gesto inútil de esperança morta!
Todas com os olhos fixos na janela,
Na mesma espera que a lembrança dela,
Ao menos esta entre pela porta!
Adelay Bonolo
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