Usina de Letras
Usina de Letras
151 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62220 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10363)

Erótico (13569)

Frases (50616)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140801)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->Nem mesmo que a vaca tussa -- 19/10/2001 - 20:41 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Esses desfiles de moda,
é o que dizem os jornais,
continuam sempre em moda,
mesmo em tempos atuais.

Esquálidos esqueletos
exibem seus modelitos.
A moda é para os eleitos,
o mundo, para os famintos.

Quem paga por esse luxo
é quem lê tanta notícia,
é quem leva bofetada,
come lixo e não se lixa.

Num mundo tão conturbado
por guerras, epidemias,
modistas inventam moda
e jornais criam fobias.

E enquanto a gente saliva
para a indústria cultural,
mandam bala e mandam chuva
os combatentes do mal.

O mundo fashion não pára
nem mesmo que a vaca tussa,
a vida é uma festa rara
mesmo em época tão ruça.

O Bushinho vai à China
faz muxoxo em chinesinhos,
de longe alisa a botina
dos valentes soldadinhos.

E já promete atacar
tudo o que seja buraco,
enquanto não trucidar
o autor desse barraco.

Aos civis, pão e coragem,
mas que gesto humanitário!
Bombas sobre a paisagem
são o mal, que é necessário.

Solerte, a moda incorpora
esgares de sofrimentos,
ou anuncia a melhora
com românticos alentos.

Esses desfiles de modas
é o que dizem os jornais,
continuam sempre em moda,
continuam sempre iguais.

Fazem de conta que tudo
não passa de um bom fuxico,
e usam o resto do mundo
como se fosse um penico.

Somos todos figurantes
nesse show desinformado,
que tratam como o de antes
este mundo conflagrado.

Minha terra tem pavores
que não existem por lá,
a elite come a pipoca
e nos deixa o piruá.

Este cordel sai confuso
da leitura dos jornais,
tá faltando parafuso
ou é parafuso demais?

Este cordel vai à luta
por um mundo desumano,
o humano, em sua conduta,
quer criar o caos insano.

Este cordel usineiro
termina sem ter mensagem,
seu autor anda cabreiro
com tanta picaretagem.

Sem o afã de um pós-moderno
em paraíso tão doce,
trouxe pouco do que levo,
que não me leve quem trouxe.

Sigo debulhando estrofes
para espanto dos leitores,
exorcizando castrofes ,
reprovando os clonadores.

Para espanto dos incréus,
sigo procurando rimas,
que se espalhem pelos céus
e abafem o som das minas.

Meus versos são estilhaços
nesta terra tão pequena,
onde somos figurantes
de uma fita de cinema.

Oh! chuva que cai lá fora,
neste campus verdejante,
não pára, não vai-te embora,
que a vida siga adiante.

Lava meus versos tristonhos,
faz brotar rimas contentes,
faz chover luzes e sonhos
sobre as cabeças das gentes.

Ilumina os poderosos,
dá-lhes o verbo que falta,
fá-los grandes, generosos
com o mundo à sua volta.

Cai, cai, chuvinha miuda,
faz deste mundo um jardim,
faz brotarem outras modas
que nos afastem do fim.

Eu tinha escrito um artigo,
que enviei, mas se perdeu,
estes versos, meu amigo,
saem de mim, não sou eu.

Vou-me embora, meus amigos,
o que está feito está feito,
são novos versos antigos
que escancaram o meu peito.

O mundo explode lá fora,
a chuva escorre do céu,
vou me despedindo agora
encerrando este cordel.




























Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui