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Textos_Religiosos-->O papa Bento XVI critica o Islã -- 22/11/2006 - 17:32 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O papa Bento XVI critica o Islã

por Daniel Pipes (*) em 04 de outubro de 2006

Resumo: Os tumultos muçulmanos têm um objetivo: impedir que os cristãos façam críticas ao Islã e com isso impor ao Ocidente as normas da sharia. Assegurar a liberdade de expressão, portanto, constitui medida essencial contra a imposição de uma ordem islâmica.

© 2006 MidiaSemMascara.org


"Mostre-me então o que Maomé trouxe de novo, e ali encontrará apenas coisas más e desumanas, como sua ordem de difundir pela espada a fé que pregava".

Tais palavras, pronunciadas há seis séculos por um imperador bizantino, Manuel II Paleólogo, em diálogo mantido com um estudioso iraniano, provocam três reflexões.

Sem endossar ou rejeitar, o papa Bento XVI citou a frase do imperador no discurso em alemão, Fé, Razão e a Universidade: Memórias e Reflexões, que proferiu na Alemanha na semana passada. A frase serviu de introdução à sua erudita crítica do conceito ocidental de razão a partir do Iluminismo.

Mas teriam sido outras as suas intenções? O abade primaz da ordem beneditina, Notker Wolf, entendeu a citação do papa como “uma alusão inequívoca a [o presidente do Irã, Mahmoud] Ahmadinejad”. Pessoas do próprio Vaticano disseram ao Sunday Times de Londres que Bento XVI “tentou antecipar-se a uma carta agressiva dirigida ao papado pelo presidente do Irã, sendo esse o motivo de ter mencionado o debate com um persa”.

Primeira reflexão: Bento XVI fez comentários elusivos, afirmações breves, e agora essa citação délfica, mas falta aquela tão necessária declaração mais significativa sobre um tema vital como o Islã. Esperemos que ela venha sem demora.

Quaisquer que tenham sido as intenções do papa, ele causou um furor quase previsível no mundo islâmico. Por toda parte autoridades políticas e religiosas condenaram o discurso, algumas clamando por violência.

- No Reino Unido, ao liderar uma manifestação nos arredores de Westminster, Anjem Choudary, do Al-Ghurabaa, exigiu que o papa seja “condenado à pena capital”.

- No Iraque, o Exército dos Mujahidin ameaçou “esmagar as cruzes da casa do cão de Roma” e outros grupos lançaram ameaças de enregelar o sangue.

- No Kuwait, um website importante exigiu punição severa para os católicos.

- Na Somália, o líder religioso Abubukar Hassan Malin exortou os muçulmanos a “caçarem” o papa e matá-lo “na hora”.

- Na Índia, um imã de grande prestígio, Syed Ahmed Bukhari, pediu aos muçulmanos que “respondam de maneira tal que o papa seja forçado a se desculpar”.

- Um alto membro da Al-Qaeda anunciou que “a infidelidade e a tirania do papa só serão detidas com um grande ataque”.

O Vaticano reagiu criando um cordão de segurança fora do comum em redor do pontífice. Longe da Santa Sé, o repto produziu alguns atos de violência, e a expectativa é de que outros aconteçam. Sete igrejas foram atacadas na Margem Ocidental e em Gaza, uma em Basra, no Iraque (levando o blog “RedState” a publicar um título irônico: “Papa sugere que o Islã é uma religião violenta...Muçulmanos explodem igrejas”). Os assassinatos de uma freira italiana na Somália e de dois assírios no Iraque parecem igualmente ligados ao discurso.

Segunda reflexão: a atual onda de protestos, violência e homicídios assume caráter de rotina. Houve manifestações semelhantes em 1989 (em reação ao romance de Salman Rushdie, Os Versos Satânicos), em 1997 (quando a Corte Suprema dos Estados Unidos decidiu contra a demolição de uma escultura de Maomé), em 2002 (quando Jerry Falwell chamou Maomé de terrorista), 2005 (o fraudulento episódio dos exemplares do Alcorão que teriam sido jogados em vasos sanitários), e em fevereiro de 2006 (o incidente da caricatura dinamarquesa).

Dirigentes do Vaticano tentaram amenizar a citação do papa, bem como sua condenação da jihad (guerra santa). O porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, S.J., afirmou que Bento XVI não quis dar “a interpretação de que o Islã é violento. (...) dentro do Islã há muitas posições diferentes e muitas delas não são violentas”. O cardeal Tarcísio Bertone, secretário de Estado, declarou que o papa “lamenta sinceramente que certas passagens de seu discurso tenham soado ofensivas à sensibilidade dos crentes muçulmanos”.

Então, em um gesto talvez sem precedentes para um pontífice, Bento XVI apresentou pessoalmente as meias-desculpas típicas dos que notam uma elevação da temperatura. Diz a tradução oficial do Vaticano para o inglês: “Estou profundamente desgostoso pelas reações em alguns países a uma pequena passagem do meu discurso, considerada ofensiva à sensibilidade dos muçulmanos. Trata-se, na verdade, da citação de um texto medieval, que não exprime em absoluto o meu próprio pensamento.”

No original italiano, porém, Bento XVI diz simplesmente sono rammaricato, que significa “estou desapontado” ou “estou triste”.

Terceira reflexão: os tumultos muçulmanos têm um objetivo: impedir que os cristãos façam críticas ao Islã e com isso impor ao Ocidente as normas da sharia. Se os ocidentais aceitarem este ponto fundamental da lei islâmica, mais exigências serão feitas depois. Assegurar a liberdade de expressão, portanto, constitui medida essencial contra a imposição de uma ordem islâmica.


Publicado no NY Sun com o título: "The West Should Be Free To Criticize Islam".

Também disponível em danielpipes.org

Tradução: Márcia Leal


(*) Daniel Pipes é um dos maiores especialistas em Oriente Médio, Islã e terrorismo islamista da atualidade. Historiador (Harvard), arabista, ex-professor (universidades de Chicago e Harvard; U.S. Naval War College), Pipes mantém seu próprio site e dirige o Middle East Forum, que concebeu junto com Al Wood e Amy Shargel — enquanto conversavam à mesa da cozinha de sua casa, na Filadélfia — e que hoje, dez anos mais tarde, tem escritórios em Boston, Cleveland e Nova York. Depois do MEF, vieram o Middle East Quartely, o Middle East Intelligence Bulletin e o Campus Watch, dos quais ele participa ativamente. Juntos, esses websites recebem mais de 300 mil visitantes por mês. Por fazer a distinção sistemática entre muçulmanos não-islamistas e extremistas islâmicos, Daniel Pipes tem sido alvo de ataques contundentes. A polêmica gerada por sua nomeação, em 2003, para o Institute of Peace pelo presidente George Bush apenas confirmou o quanto as idéias de Pipes incomodam as organizações islamistas e outros interessados em misturar muçulmanos e terrorismo. Daniel Pipes é autor de 12 livros, entre eles, Militant Islam Reaches America, Conspiracy, The Hidden Hand e Miniatures, coletânea lançada em 2003.


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