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| Poesias-->mergulho -- 12/05/2004 - 14:24 (menina pontilhada) |
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Arrasto-me entre os móveis da minha casa.
Tropeçando nos poucos objetos que existem.
Minha cabeça baixa, o cabelo esconde meu rosto.
Tenho que juntar o que resta de um espelho quebrado.
Os pedaços pequenos ferem meus pés.
Aproveito um pedaço maior e abro meu peito num corte profundo e lento.
A mão invade o peito tentando achar minha pequena preciosidade.
A dor invade, não é maior que a dor do esquecimento.
Arranco do meu peito uma pequena jóia que insiste em brilhar.
Abro a porta e me encaminho da encosta.
Minhas lágrimas são a tua benção.Dou-lhe um beijo de despedida e a tranco
dentro da mais bela caixa que escolhi, com todo cuidado para que coubessem todas as lembranças.
Perdão.
Comando os braços.
Meus dedos insistem em se agarrar.
Esforço inútil.
Vejo a caixa caindo.
Indo embora sem que eu pudesse fazer algo para conte-la.
A caixa mergulha no mar.
Afunda me levando com ela.
Dou um passo. Atiro-me aos ventos.
Que eles me carreguem, que me levem para outro lugar, pro nada. O único lugar que encontro conforto.
Vejo meus cabelos agitados.
Não sinto meu pesado corpo.
Um leve sorriso.
contato meninapontilhada@hotmail.com |
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