Conheço um homem muito rico, assim, o oitavo ou nono mais rico do mundo - o sujeito é endinheirado mesmo. E é dono de muita terra, hectares é o que não lhe falta, e se não bastasse, a terra do homem é boa, ou melhor, é muito boa, muito rica em recursos, terra bonita, diversa, de dar inveja a qualquer outro abastado deste mundão.
Abundància é o que não falta ao tal sujeito, ele tem muitos filhos também, de tudo quanto é tipo, é filho negro, branco, forte, fraco, feio, bonito, e por aí vai, com muita abundància e diversidade.
O meu conhecido coloca os filhos todos para trabalhar, a meta é produzir muito para vender e lucrar, e os coitados dos filhos ralam mesmo, de dia, de noite, sábado e até, acreditem, domingo - dia sagrado.
Só que meu conhecido é dono de uma dívida muito grande, vocês nem imaginam, é uma dívida e tanto. E os credores são chatos, na verdade todos os credores são chatos, mas os credores deste sujeito são mais chatos que os credores chatos comuns.
E este homem respeita suas dívidas, dívida para ele é coisa sagrada, mesmo com os juros abusivos instituídos pelos seus credores chatos, e exploradores. Para ele dívida é dívida, devo não nego, pago a qualquer custo.
Agora, lembra-se dos filhos do endinheirado? Pois é. Estes não são sagrados. Ele paga credor chato e explorador mas não investe na educação dos seus filhos, paga os juros mas não tem coragem de dar saúde, segurança e felicidade ao bando de filhos que trabalham que nem um louco para lhe conceder as riquezas que o faz estar entre os mais ricos do mundo.
Ah leitor, quase ia me esquecendo de um detalhe de suma importància, o nome do infeliz, é o Sr. República. O nome completo? Sr. República Federativa do Brasil.