SONETO DA MOÇA-ALABASTRO
Para DEISE AGUIAR
Encontro-me em tua pele de alabastro
Contíguo, entranhado feito impigem
Dessas que nem casca de aroeira
Trata terapeuticamente mas não cura.
E dura, permanece noite adentro
Feito praga de mãe ou mau-olhado
Que de tanto ficar não se dá conta
Se é causa, efeito ou axioma.
Deusa dançante fada virulenta
Grassando tanto amor desfigurado
Doença benfazeja bênção plena
Patologia inexata circundante
A perseguir minha inútil tensão
Tornando-me a vida mais amena.
WALTER SILVA
Camaragibe, Pernambuco, Brasil
Abril, 2004.
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