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Poesias-->Bilhetinho Azul (Parte 1) -- 18/05/2004 - 15:40 (Rogério Beier) |
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BILHETINHO AZUL
por Rogério Beier
Deixo-te este bilhete
Porque não posso falar-te
Sem nenhuma emoção
Exatamente o que sinto
Hoje eu acordei tão só
Que acreditava ser o último humano na Terra
Você ainda dormia ao meu lado.
E pessoas caminhavam na rua
A cumprir seu patético ritual diário.
Ainda assim, me sentia só.
Único.
Era como se tudo fosse nada.
E só eu ainda fosse.
O amor, ainda há pouco, me abandonara.
Simplesmente me deixou
E deu lugar à esta solidão imensa
A sugar tudo como um buraco negro
Nada mais tem valor algum
Minha própria existência está em cheque
Qual será a próxima jogada?
Ainda espero para poder mexer a única pedra que me restou.
Seja como for,
Nosso contrato de exclusividade
Assinado no ouro
Foi rompido ontem.
Havia me esquecido
Que o ouro não é eterno como os diamantes,
E o sonho é puro éter.
Mande lembranças a meu melhor amigo
E que vossa felicidade
Não seja a ruína de mais ninguém. |
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