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Poesias-->NARCISO, ARYA , O ESPELHO E A ALMA -- 27/10/2000 - 00:47 (Nelson Haroldo C Anjos) |
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NARCISO, ARYA, O ESPELHO E A ALMA
Há óleos e breus nas noites que viveis...
Insólitos eclipses de luzes transpostas
que impregnam a face revelada, além de vós
a claridade é torta, a visão é oposta...
O tempo, a tempestade... Flores mortas!
Que te refaçam o jardim, as flores...
Tuas estações são grãos enevoados, no
ventre, há um silêncio na borda do vento
o eco e o uivo se esvaem... Foge o tempo!
Êxtases infinitos expostos em corredias,
que fertilizam, transluzem... Espelhos!
E na construção dessas horas, desnudam
cristalizando labirintos derradeiros...
Mil e um reflexos que se afundam,
Narciso turva a alma em desespero!
É o saara em tempestade, aniquilada
ali, a alma faz o próprio funeral... Esfinge!
No horizonte, há um brilho de esmeraldas
morrentes no tosco espelho da alma nascente...
Nela, se vê o azougue de estrelas, há céus
e um crepúsculo nos charcos de bronzes
são breus e véus em gotas de luzes veladas
nessas horas, o cinza-frio e uma alma sazonada
reluzente das trevas em luas penadas...
Ao longe, há uma inflexão do interior da alma
e o brilho de um sol silente, inteiro!
Narciso! Fechai os olhos diante do espelho...
Nhca
out/00
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