MANHÃS DE OUTONO
Em pleno outono... maio... as manhãs frias
Indicam que está longe a primavera...
E nesse clima angustiante de espera
Prelibaremos sim, todos os dias,
A visão emergente das orgias...
Mas não se iluda, isso tudo é quimera,
Mentira, um “faz-de-conta”, “um-faz-que-era”!
Lá restarão somente mãos vazias,
Postas em cruz, tal rutilante espada,
Bradando aos céus, em ritual sem sentido,
Num dolorido grito, altivo e forte!
Manhã de maio... ainda é madrugada...
Alguém, talvez da vida já esquecido,
Em plena juventude anseia a morte!
Adelay Bonolo
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