UM HOMEM SOZINHO
A luz fria e fina da lua nova, banhava a noite. Sentado no jardim da praça, a figura de um homem completava a paisagem. Seu olhar firme e distante, mira um alvo, o transportando nas asas do pensamento para a liberdade do imaginário; seu mundo sob medida - sua perfeição. Mais um trágico delírio na absorção desses pensamentos, devolve-lhe um assustado deslize, despindo-o da roupagem fantasia, que desmorona-se em fragmentos soltos ao vento manobrista, e caem como purpurim sobre o mundo real da existência. E o homem sob a luz da lua, e sob a chuva dos retalhos de seus ideais, encharca-se da realidade da ordem natural; submisão, para depois a concientização.... O homem levanta-se e caminha com passos ritmados...Adiante, vinagra-lhe a certeza que os ponteiros do relógio, marca os minutos regressivos de seus passos, enquanto eles parecem seguir avantes. Tenta andar mais lento e uma voz interior sussurra-lhe: - Não são seus pés que fazem o tempo parar...O tempo é andarilho sem descanso no avanço para o descaso. E nesse convercê, ele pára e vê pessoas que pisam forte no andejo na calçada, pessoas que como ele, correm no cumprimento do destino traçado. O seu destino, é andar despreocupado, despreocupado das misuras na preocupação das aventuras. E o homem agora segue não mais apreciando o redor , segue correndo na direção do horizonte, tentando alcançá-lo, mas, quanto mais corre, parece ele distanciar-se, enganando-o com as laterais nuances . Exausto ele pára com a respiração ofegante, nadando no seu suor de cansaço. O marco de um final é chegado. O além horizonte, é visão dos deuses. Ele é apenas um homem na estrada, que só enxerga o limite de suas forças ...Um homem sozinho.
Jair Martins 11/09/03 - 10h12 |