MENSAGEM DE UM ADEUS
Era tarde de inverno,
ao longe estendo os meus olhos na direção do mar sem fim,
e o hálito de um vento que soprava em meu corpo, o envolvia na película da neblina,
tal véu cinza, que cobria o céu, que sobre mim destilava chuva de granizo dos meus pensamentos gelados, da certeza de um sonho perdido, mas, dentro do meu peito acelerava os batimentos cardíacos, alimentados pela fornalha de um coração em chama, que vê em seu amor, um veleiro que risca os mares, ao encontro de um porto solidão, para atracar suas âncoras ilusórias, sustentáculo de uma paixão sem continentes.
A areia fina, umedecida pelas águas salinas, sal das minhas lágrimas, que sob os meus pés, os escaldava a quarenta graus centígrados da minha dor. Buscava em cada passo a esperança arquejante do reencontro, junto a testemunha ermo da desilusão.
A esfera universo tornou-se naquele momento uma redoma, na idolatria de uma reverencia a tua imagem, que distanciava-se a cada grito angustiado da minha alma que por ti chamava.
Busco no lenço branco da minha paz, o aceno de um adeus, que fica a margem de uma vida, que agora se acompanha da falta de você.
Vejo agora só ondas, altas ondas muralhas que se levantam entre nossas vidas, barulhos que gemem uma despedida.
Eu continuo ali, como rocha em frente ao mar, sofrendo os arremessos da minha saudade, vivendo as memórias marcantes, registros inapagáveis, até um dia você voltar.
Jair Martins 21.05.02 - 00:20h |