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Poesias-->por orgulho -- 23/05/2004 - 14:38 (menina pontilhada) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Por orgulho, por dó e por medo

Abre-se um buraco embaixo da terra

Para encerrar um amor deformado,

Profano como o pecado,

Entre um homem e uma mulher.

Entre um homem que não é homem

E uma mulher que não é mulher:

Ela é um belo e doce anjo,

Oriunda de uma esfera diversa.

Ele é um monstro, disforme,

Anti-herói, acha que não serve para ela,

Acha, consciente ou inconscientemente,

Que jamais seria correto ser dela

E ela ser dele... O estranho por fora

Comete pecados, mas por dentro

Santifica até mesmo o desviado

Para justificar sua condição bestial.

E assim quis a santa em seu lugar

E o torpe em eterna solidão.

Ela sofre, chora, grita e se contorce:

Ela pode, ela é anjo:

o sofrimento purifica a alma,

ensina a vida desde já.

Ele, se sofre, ninguém se interessa,

Está escrito em sua fronte

Que o sofrimento encarnara nele próprio

E, apesar de ser amado ainda por um anjo,

Ele sofre ao modo dos desgraçados:

Calado, frio, com uma dor inexprimível.

Sem entender, quase a ponto de bondade,

Ela ora sofre, ora esquece, ora enlouquece:

Se assim é, um motivo há de se ter,

E se dói, é porque assim quis Deus.

O coração sangra, os olhos choram,

Como se sofresse, como sofrem

As pessoas de fora... mas ela sabe tão bem quanto ele,

Assim como ele, que ser anjo ou ser demônio,

Não é ser humano. Não é sofrer para viver.

Não é doer para curar. Não é chorar para rir.

Não é o grotesco para o sublime.

É uma eterna condição de coisas

que não têm um padrão firme,

que não pertencem a princípio nenhum,

é uma descentralização...

Um amor que dança a sua música melancólica

E azul em círculos, em círculos...

Sem jamais ser aceito como amor.
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