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Cartas-->Carta Aberta ao Senhor Presidente da República -- 04/06/2001 - 23:03 (Carlos Delphim Nogueira da Gama Neto.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Carta Aberta ao Senhor Presidente da República


Antes de me dirigir ao mandatário da Nação, vou falar ao meu concidadão: senhor Fernando Henrique Cardoso:
Sou um daqueles muitos cidadãos que, no presente, o abomina, por representar tudo aquilo de que menos gostamos e tudo aquilo que não gostaríamos de estar passando ou vendo, impassivelmente, ocorrer em nossa pátria.
Não o aprecio como estadista, pois que, deveria ser e não sois.
Desagrado-me, pela mutância no conteúdo de seus pensamentos e ideologias, através do tempo.
Vejo-o, tal e qual um vírus, criado em laboratório capitalista inconseqüente, preparado há muito tempo, para ser o executor deste ataque que se desencadeia sobre o povo e todo o patrimônio natural e moral deste país.
Verdade que não sois único mas, aquele que ocupa o cimo do poder do estado e, portanto, detentor da maior parcela de responsabilidade pelos males que nos afligem.
Sois um, apenas, dentre um universo de irresponsáveis constituintes, que, sob a máscara da representatividade popular, puseram por terra, todos as possibilidades de justiça social e todas as conquistas obtidas, quando construíram o caminho que possibilitou o desmonte da estrutura sindical.
Um, apenas, dentre centenas de cegos. Alguns deles, cegos, pela própria estrutura e reduzida capacidade mental. Cegos, criadores de um mecanismo usurpador “oficial” da verdadeira democracia, do respeito às normas e ao direito; as famigeradas “Medidas Provisórias” que hoje são usadas com fartura e benevolência, em defesa de interesses menores ou de minorias.
Cumpristes, apenas, o papel para o qual fostes talhado e elaborado.
Este, sob o prisma de minha visão inculta, sois vós: ser humano, homem público, pensador, professor...

Excelentíssimo Senhor Presidente da República:

Nem eu ou, tampouco, qualquer outro cidadão, em sã consciência, gostaria de estar ocupando este cargo. Especialmente no momento atual, quando o resultado de anos de má administração, de inconseqüência, de trabalhos de sapa contra os interesses do estado, está se evidenciando em seus resultados funestos.
Mas, em nenhuma circunstância, pode ser admissível que o chefe supremo de um estado, dito democrático, possa submeter-se, conscientemente, à representação de um papel que muito se assemelha ao de um prestidigitador. É a imagem de um país que está em jogo. A maior demonstração de desrespeito a que pode ser submetida uma nação e todo o seu povo, é o seu representante maior, furtar-se a dizer as verdades possíveis e assumir a parte que lhe cabe, como responsável pelos destinos de seu país. Claro está que, nem todas as verdades poderão ser ditas e, tampouco, todas as responsabilidades assumidas, sob pena de estabelecimento de um caos na ordem política e social. Porém, é inadmissível que, contando com auxílio incondicionado da mídia comprometida, faça-se com que a maior parcela do povo venha a sentir-se e agir como responsável pelo atual estado, em que se encontra o sistema de energia elétrica.
É verdade que precisamos aprender algumas noções básicas sobre economia e desperdício mas, pela conscientização, jamais pelo pagamento de penas físicas ou pecuniárias, cujo objetivo é claro e imoral: o aumento de arrecadação para cobrir os rombos, que são o resultado da má administração, da improbidade administrativa e da impunidade.
Adquire-se consciência, pela instrução, pelos bons exemplos e através da clareza nas atitudes havidas dentro da esfera pública.
A educação é a base sólida e incontestável de todo o processo de crescimento e, até, da consciência de que o Estado deve ter limites estreitos em seu papel de tutela.
Outro resultado positivo, proveniente da adoção de mais este ato de exceção é forçar as empresas (especialmente multinacionais) a trazerem para o mercado brasileiro, produtos desenvolvidos e atualizados, tais quais os usados em seus países de origem. Modernos e aptos a consumirem menos energia e a gerarem menos poluentes.
Tudo isto deveria e deve continuar a ser feito mas, sob a luz da verdade.
Verdade, pela qual deveria primar o dignitário máximo da nação. E, não, sob o acobertamento das verdades. Verdades disfarçadas e substituídas pela culpa jogada sobre o cidadão comum; pequeno, inculto e sofrido.
Não se pode, em sã consciência e usando de respeito próprio, permitir que seja implantado um regime deste porte, sem planejamento e de afogadilho, como se o déficit energético, se verdadeiro, fosse uma ocorrência de última hora.
Não é mais admissível que a “Carta” da qual V. Exa. é um dos signatários, continue a ser relegada ao abandono e ao seu atual estado de inutilidade constante.
Neste mesmo documento, o senhor e seus pares fizeram inserir, no cabeçalho dos direitos e garantias fundamentais, que: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...”. Vale dizer que, garante a Carta Magna o direito de igualdade no tratamento entre os semelhantes. Somos todos, como pessoas físicas, merecedores de um tratamento igualitário e justo como consumidores de energia elétrica. E não se pode tomar por base, dados desatualizados e que não estejam, no mínimo, levando em conta o consumo ”per capita” ou os bens duráveis posteriormente adquiridos e que dependem da energia elétrica para o seu funcionamento.
Gostaríamos, Senhor Presidente, ouvi-lo dizer: “Acta est fabula!”. E, a partir deste momento histórico, assumir o seu real papel, determinando de pronto, a execução de um plano justo e igualitário, no racionamento de energia elétrica; tomando por base, os dados constantes do recente censo demográfico e demonstrando, assim, um novo senso democrático.
Acta est fabula= palavras usadas no teatro antigo para anunciar o fim da representação.
Carlos Gama.www.suacara.com
04/6/2001 – 22,52 h



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