Usina de Letras
Usina de Letras
14 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50670)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->A PORTAS FECHADAS -- 26/05/2004 - 14:11 (débora cristina denadai) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Buenos Aires, 26/052004 – 14:03h



As portas se fecharam diante de mim.

Não há tampouco, ainda que busque, a esmo,

janelas que se abram, quem sabe, a um jardim,

a uma praça, uma fonte, ou nem mesmo

um céu azul que se abra para mim.

As portas estão cerradas.

Não há janelas, ainda que fechadas.

Não encontro as chaves.

Não estão em meu poder.

As portas que um dia abrimos

são fechadas por nós mesmos,

naquelas abertas por outros,

uma vez fechadas, não adianta bater.

Faz frio lá fora e aqui dentro congela.

O frio que vem de dentro é pior:

paralisa, incapacita, esfacela

cada pedaço do que temos de melhor.

Olho a porta e busco, em vão,

onde está a tranca, a fechadura,

uma abertura, uma chance, um vão.

Nada. Não cabe a mim encontrar a saída.

A porta fechou-se do lado de fora,

não há para onde ir ou o que fazer.

Paralisada e impotente, agora,

só o que me resta é tentar aquecer

o frio que insiste e se demora

dentro do meu próprio ser.

Não há placas de saída,

e há portas que não se arromba.

Fecham-se. É tudo.

Dentro de nós a esperança tomba

diante do frio que deixa o coração mudo.

Não sei onde está aquela que conseguia

fazer com que as portas se abrissem.

Dela resta pouco, talvez uma fotografia,

um sorriso congelado no papel.

Revivê-la, levantá-la, aquecer-lhe a alegria,

restaurar-lhe a confiança, mostrar-lhe o céu,

com outros azuis, mais claros,

trazer-lhe de volta o sol

e ao rosto o sorriso raro.

Tarefa hercúlea esta,

de ressuscitar a morta,

nesta sala funesta,

trancada a porta,

pouco resta.

Não há placas de saída,

e há portas que não se arromba.

Fecham-se. É tudo.









Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui