Lança-perfume
aos céus azuis
de fevereiro.
Toquem músicas bem alto
e que ninguém fique parado,
pois hoje sou Rei,
mesmo que pobre,
mesmo que bêbado.
O tempo,
vento incesante,
leva tudo que há
de volátil.
Sobram as cinzas,
o barraco,
o ronco e a dorzinha no estômago
além do morro
(onde morro).
Agora vejo que
da minha pobre vida
o carnaval
é o lança-perfume. |