Buenos Aires, 28/05/2004 – 20:45h
Romper a casca, abrir o ovo.
Olhar para o mundo.
Fechar-se de novo.
Romper de novo a casca,
de leve, mansinho, à espreita...
Se sair, tudo se lasca
ou será que se ajeita?
Uma esticada de pescoço
e quem sabe se vê melhor...
O frio dói no osso...
Não irá ficar pior?
Estica-se um pouco mais,
quem sabe se se acostuma...
ou agora ou nunca mais,
é isto ou coisa nenhuma!
Metade já está de fora
e outra metade resiste,
ou se sai de vez agora,
ou volta pra trás e desiste...
Mas agora o olho sabe
como é estar do outro lado,
tem pelo menos metade
do saber que lhe é dado...
Romper a casca, deixar o ovo...
Não sei não, pode ser perigoso.
O que fazer com a casca?
Onde deixar o ovo?
Vai, fica aí perguntando,
é aí que tudo se lasca
e começa tudo de novo.
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