O dia em que a Terra parou
Athos Ronaldo Miralha da Cunha
"essa noite eu tive um sonho de sonhador... O soldado não saiu pra ir pra guerra, pois sabia que o inimigo também não tava lá". Raul Seixas.
O inesquecível Raulzito teve um sonho, sendo um maluco, sonhou com "o dia em que a terra parou". Um dia em que todas as pessoas do planeta inteiro resolveram que ninguém iria sair de casa.
Nessa música Raul Seixas vai descrevendo as mais variadas situações em que ninguém deveria sair pra rua. E foi, tão-somente, um sonho do Maluco Beleza. - "O comandante não saiu para o quartel, pois sabia que o soldado também não tava lá".
Seria esse sonho um sonho atual? Diante de uma guerra que se aproxima e que nos bate à porta com flutuações no mercado, desestabilizando a vida da gente. Estupefatos, veremos o dia em que a Terra parará. A Terra assistirá uma guerra em tempo real. É possível que seja a primeira guerra interativa. - Se você acha que os EUA vão invadir Bagdá, disque... Ou então, se você acha que Saddam Hussein vai fugir, disque... O Ibope computa vinte milhões de votos e a guerra gera lucros.
E quando pedimos e escrevemos a palavra paz, têm pessoas que, incrédula e maldosamente, enxergam na guerra do Iraque um confronto ideológico entre capitalismo e comunismo. Mordazes, inventam um compló dos socialistas para tomar, de assalto, o mundo (sic). Com mania de perseguição ainda fomentam a guerra fria. Temos que entender que o mundo inteiro diz não à guerra. Ou será que os cartazes com o "No war" era só pra inglês ver? O mundo está cansado de sofrer e está contra a qualquer confronto que envolva sacrifício humano.
Ficou evidente nas mais diversas manifestações pelo planeta que a humanidade deseja a paz. Homens e mulheres saíram de casa e tomaram conta das ruas pedindo a paz no mundo. Todas as pessoas conscientes posicionaram-se contra a guerra. Só malucos e insanos desejam o conflito do Iraque.
Entretanto, parece que apenas o todo-poderoso "W. Júnior" deseja essa guerra, e a humanidade tem que se dobrar aos desmandos desse cidadão norte-americano. Os senhores da guerra não tomaram conhecimento das vozes que ecoaram das ruas do mundo. Como escreveu um colunista do New York Times: atualmente existem duas superpotências, os EEUU e a Opinião Pública Mundial.
Aí a gente tem que se esforçar para ser um sujeito normal. Enquanto isso o senhor Bush inventa a loucura geral... Quem controla as maluquices desse cidadão texano?
Mas voltando a música O dia em que a Terra parou percebemos que Raul estava certo. Enquanto a humanidade sai à s ruas exigindo a paz, basta que os soldados fiquem em casa e não saiam para a guerra. Sem soldados há guerra? - Volta e meia a minha adormecida veia utópica desperta. - No máximo um duelo entre Bush e Hussein. Que, aliás, seria uma guerra com apenas uma baixa.