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Contos-->História sem fim: em busca do tesouro perdido -- 22/09/2003 - 00:08 (Graziella Davanso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ela caminhava pelo deserto de forma tranquila e com os olhos no horizonte que parecia não ter mais fim. Era um caminhar que fazia aflorar todos os sentidos e perceber coisas que para um observador mais racional pareceria "maluquice", "miragens", afinal, estava num deserto. Ouvia nitidamente o uivo do vento, o deslocamento constante da areia e se perguntava: "Será que é o sol quem se aproxima ou seria eu a me aproximar?".
Começou, então, a ouvir uma voz solicitando: "Olhe para o sol. Olhe para o que não está acostumada a ver. Confie, pois o brilho não vai lhe cegar, nem mesmo o calor irá lhe queimar". Nesse momento ela se lembrou dos versos de uma canção de Beto Guedes: "O sol levantou mais cedo e cegou o medo nos olhos de quem foi ver tanta luz", o que lhe proporcionou coragem para prosseguir. Mas não conseguia ver nitidamente, existia algo a impedir: um círculo com raios negros num movimento constante de contração e expansão, e os raios de sol timidamente insistindo em se misturar. Porém, o negro era mais forte. E foi então que fez a si mesma uma pergunta: "Por que o negro sempre se sobressai?".
É justamente nesse instante que uma voz muito doce lhe diz: "Sinta, enfrente, pois você está num caminho sem volta. O momento pode ser nebuloso, mas você precisa ver o que está por trás. Encare como uma prova que te levará a dar um grande salto".
Tudo aquilo lhe parecia tão surreal!
Mas olhou, então, com mais determinação para o centro e viu nitidamente uma fechadura. E novamente uma pergunta muito óbvia: "Onde está a chave?".
A voz então lhe diz: "A chave, minha querida, você sabe muito bem onde está, eu sei que sabe".
Ainda confusa e sem saber que realmente sabia, resolveu se soltar no fluxo do momento, no aqui e agora e começou a apenas observar. Ora via raios de sol, ora raios negros, ora a fechadura, mas já não se questionava mais. Ficou alí a contemplar sem julgamentos, sem críticas. E foi justamente nesse momento de desapego que a paisagem começou a mudar. Os raios negros começaram a ficar menos intensos, a fechadura simplesmente se abriu e depois desapareceu. Por trás dos raios negros, da fechadura e até mesmo do sol havia algo que brilhava de forma intensa. Foi quando maravilhada com aquele brilho disse a si mesma: "Meu Deus! Uma pedra preciosa! Uma jóia de rara beleza". Sentia-se como se tivesse encontrado o Buda de ouro atrás do Buda de barro. O brilho lhe aquecia, lhe enternecia. Era algo tão familiar, tão conhecido, mas ao mesmo tempo tão novo. Veio-lhe à mente as palavras de T.S.Eliot: "Não cessemos de explorar, e o final de toda nossa exploração será voltar ao mesmo lugar e conhecê-lo pela primeira vez". Como fazia sentido!
Compreendeu finalmente as palavras de um sábio amigo que há tempos atrás havia lhe dito: "Quando você for você, sua luz vai brilhar".
Caiu de joelhos e com as mãos postas em posição de oração, agradeceu: "Obrigado, meu amigo querido. Só não me disse que o brilho seria de uma pedra preciosa. Você já sabia, não é mesmo?!!!".
Teve então uma certeza: "Existe uma brilhante e preciosa jóia escondida na essência de cada ser. Um diamante bruto encoberto pela cegueira proveniente do medo de enfrentar, do medo de amar". Lembrou-se de mais alguns versos da mesma música: "O medo de amar é o medo de ser livre para o que der e vier, livre para sempre estar onde o justo estiver".
Em postura de profundo agradecimento e reverência à sabedoria divina que havia lhe trazido tanta luz, disse em voz alta:"Que mais posso sentir, senão gratidão? Que mais posso pensar, senão em Deus? Que mais posso desejar, senão que esse brilho acenda em todas as almas do universo?
E assim continuou no rumo de sua jornada que haveria de lhe trazer ainda muitas aventuras. Na verdade esse era apenas um capítulo de uma história sem fim.
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