A INTERNET NO SERTÃO
Autor: Luiz Carlos Lemos
Nos tempos de antigamente
O recurso era minguado
E o poeta, coitado
Penava, sem compaixão.
Escrevia com emoção,
Fazia verso e rompante.
Se ficava interessante
Não tinha divulgação.
A Internet, no Sertão
Leva o Cordel adiante!
Pra se mandar a notícia
Era carta, no correio.
Pois não tinha o tal do “emêio”
Tecnologia e perícia.
Hoje, é uma delícia
Um computador possante
A notícia, nun instante
Passa de mão em mão.
A Internet, no Sertão
Leva o Cordel adiante!
Pra se comprar um folheto
De poesia verdadeira
Tinha que ir lá na feira
Ou não se tinha o livreto.
Fosse branco, ou fosse preto
Tinha que andar bastante.
Hoje no mesmo instante
Pela internet, tá na mão.
A Internet, no Sertão,
Leva o Cordel adiante.
Hoje é tão diferente
E não precisa de chute.
Tem aí um tal de ORKUT
Que ajuda muito a gente
Poeta faz o repente
E posta, já confiante
Se verso, intinerante
É lido, com atenção.
A Internet, no Sertão
Leva o Cordel adiante!
E não fica limitada
Ao Brasil, nossa Poesia.
Meu poeta, cê vigia
Porque hoje não há nada
Que impeça essa danada
De seguir, toda elegante
Se espalhando em outro chão.
A Internet, no Sertão
Leva o Cordel adiante!
A força, do nosso lado,
Com a tecnologia
Vai levando a Poesia
A um posto bem avançado.
Eu só fico arretado
É com poeta intrigante
Que não acha interessante
A atual situação.
Se a Internet, no Sertão
Leva o Cordel adiante.
Cê abre o olho, Poeta.
Aceite o computador
Faça versos com amor
Que a Internet lhe projeta.
Solte sua alma inquieta
E seja mais elegante
A beleza deste instante
Está bem na sua mão.
A Internet, no Sertão,
Leva o Cordel adiante!
***********************
Juiz de Fora - MG - MAIO / 2.006.
|