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Contos-->O NASCIMENTO DE UM SÁBIO -- 08/10/2000 - 13:36 (Bia Zolnier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Vou contar agora, uma história que é mistura de muitas outras histórias misturadas na mágica da palavra que se sobrepõe ao tempo dos tempos...
Precisamos, naturalmente, dele: o tempo! Como localizar-se em meio a tantas idas e vindas? Como ver-se em tantas vidas?
Ah! O tempo...
É uma época remota, quando as pessoas entendiam os murmúrios das folhas e ouviam as palavras do vento... Certamente, há muuuuuuiiiiitto tempo!
A hora... Bem, é a hora das sombras - provavelmente porque fazem as melhores histórias!-.
É a hora das Sombras e também a hora da Luz... Tudo acontece no que chamamos romanticamente de “Limiar da Consciência”, sem comprometer a loucura natural de cada um, é claro!
Que raio de hora é essa? Como é possível saber?
Elementar, cara e ignorante-criatura-de-Deus-perdida-na-face-da-terra. É a hora britânica exata, o segundo suíço preciso, que precede o dia e antecede a noite, ou antecede o dia e precede a noite, não importa, entendeu? A ordem dos progenitores não altera os frutos podres...
Enfim, é o momento infinito em que a terra pára de respirar, para tão somente suspirar, e os mundos se confundem num só, como uma fusão alquímica (quase igual àquela história de fazer m... virar ouro).
É a trégua pactuada entre o Guardião da Consciência e o Anjo do Limiar que silenciam suas espadas por pouco menos de milésimos de segundo - tempo suficiente para que o Ancião Missioneiro rompa a compacta barreira dos mundos, pondo-se a caminhar suavemente pela terra, feito sombra, feito alma penada, sem marcar o chão (mesmo velho, ele não arrasta os pés!).
O Ancião é seguido de longe pelo olhar indecifrável e profundo do Guardião e do Anjo. O silêncio é o meio absoluto. É o todo infinito. Absurdo, portanto!
O caminho é longo e os passos são ligeiros, precisos. O velho se guia pela esfera luminosa que carrega na mão direita à altura do coração. Seus olhos não vêem nesta vida.
O rosto vincado parece desprovido da mais vaga emoção, sentimento ou vida (no sentido puramente biologico)... É um ser místico com sua missão para cumprir, tendo um relógio interior a determinar-lhe o tempo em que estará ainda seguro em terra tão inóspita e hostil.
Ninguém consegue vê-lo ou toma conhecimento de sua...digamos, existência espectral.
É a lenda remota, apagada pelo esquecimento da civilização tão preocupada em proteger-se das coisas que não consegue explicar.
E Essa lenda vaga agora, pelas ruas desertas, guiando-se na luz pura de uma esfera de cristal. Seus olhos cegos projetam um mundo de sonhos e ilusão para aquele que porventura esbarre em seu campo de energia. A humanidade dorme sobre sua tolice ...e sonha. Cretinos ignorantes!
Alguns puros de coração, mesmo sem o saber, acabam vendo aquela luz guia de um caminho se movendo pelo ar, mas são poucos os que se aventuram a segui-la, e destes, nenhum jamais voltou para contar o que teria encontrado. Simplesmente desapareceram pelo ar. Assim: Puufffftt!
O ancião procura algo, com sua bússola mágica. O tempo passa enquanto percorre de um lado a outro do mundo. A esfera continua resplandecendo com o mesmo brilho em sua mão. O coração estremece, e a inquietação se vai, rápida como veio. A busca continua incansável - Tem sido sempre assim!
Desde o princípio do princípio foi assim, e para sempre será, enquanto o Sempre existir.
Essa, é a hora da escolha dos iluminados pela luz da infinita sabedoria. É hora de mapear o coração dos escolhidos que guiarão suas gentes no caminho da paz, para que, um dia, os mundos voltem a ser um só.
No limite de tempo, o Ancião finalmente encontra o que tanto buscava.
A esfera se reduz a um pontinho de luz intensa. Através da parede, estende o braço na direção do corpo adormecido de uma criança. Com um leve toque, conclui o trabalho que levou dez mil anos para se realizar. E sabe-se lá quantos mais para tornar a acontecer!
Um vento morno, brisa suave de verão, balança levemente as cortinas do quarto, mesmo com as janelas trancadas. O sorriso brinca nos lábios do pequeno sábio que tem um sonho bom, e um pontinho de luz brilhando na testa.
O Ancião se afasta no exato momento em que tudo à sua volta se transforma, por que a missão foi completada. Gira sobre o próprio corpo e o vazio se fecha ao seu redor. Fecha os olhos cansados, e quando torna a abri-los, caminha devagar, rumo a claridade intensa do seu mundo, desejando sinceramente, que o egoísmo e a mediocridade humana não comprometa novamente nem o caminho nem o caminhante.
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