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cronicas-->TAILLEUR -- 05/03/2003 - 14:37 (Fernando Virtual) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É interessante como certos hábitos tidos como rotineiros podem levar a situações inusitadas e deliciosas. Durante os dias de semana, sem exceção, pego minha filha caçula no colégio, por volta das 12:15 horas. Há anos que ela usava o transporte escolar, mas este ano não conseguimos transporte que faça aquele itinerário naqueles horários de levar e buscar na escola. Essa tarefa as vezes causa certo transtorno quando aparecem imprevistos no trabalho, mas não havia outra forma de resolver, pelo menos por enquanto.

Geralmente estaciono o carro no mesmo local, que apesar de ser um pouco distante do portão de saída, tem a vantagem de ficar numa imensa sombra proporcionada por uma enorme amendoeira. Poucos pais fazem isso. A maioria prefere estacionar nas proximidades da saída, gerando aquele tumulto que todos conhecemos. Sempre espero cerca de cinco minutos antes de descer do carro e pegá-la no portão, justamente o tempo em que ela costuma terminar de brincar com suas amigas. De segunda-feira a sexta-feira, sempre na mesma hora, sempre no mesmo local. Existe algo mais rotineiro? Mas as vezes pode surgir algo capaz de tornar essa rotina bem interessante.

Foi na segunda semana de aula, numa terça-feira, que a percebi pela primeira vez. Ela estacionou o Classe A logo em frente ao meu carro, do outro lado da calçada estreita que divide o estacionamento em duas partes. Ela também ficou algum tempo dentro do carro antes de sair, e fez isto antes de mim. Era uma mulher bonita, loira, cabelos bem lisos e compridos e aparentava ter 30 anos. Seu rosto tinha contornos suaves e bem feitos. Alta, devia ter cerca de 1,70 metros e seu corpo era bem proporcional, bem distribuído. Sem dúvida era do tipo que chamava a atenção de qualquer homem, mesmo os mais distraídos. Naquele dia ela trajava algo despojado, um jeans básico e camiseta para fora da calça. A roupa era justa, o que delineava ainda mais sua bela silhueta. Gestos graciosos e femininos acompanhavam o seu caminhar. Desci do carro e fui buscar minha filha. Ao passar pelo portão vi a loira vindo em minha direção de mãos dadas com sua filha, que era mais nova que a minha. Aquela confusão de meninos e pais que acontece no portão na hora da saída fez com que eu ficasse por alguns segundos bem próximo da loira. Com aquela proximidade pude perceber a sua linda pele e um discretíssimo piercing em seu nariz. Era um minúsculo brilhante transparente que apenas notei devido ao reflexo causado por um raio de sol. Um vento repentino que mexeu com seus cabelos também deixou que eu visse seu brinco dourado, com o formato de uma gatinha, também pequenino. Segui em frente para completar meu objetivo, que era o de pegar minha filha. Quando retornei ao carro, a loira já tinha ido embora.

No dia seguinte, quando eu chegava no estacionamento, a loira já estava de saída, no mesmo local do dia anterior. Só pude perceber, pelo vidro aberto do seu carro, que ela usava uma trança bem trabalhada, deixando seu lindo rosto ainda mais evidente.

Na quinta-feira chegamos praticamente ao mesmo tempo e tomamos nosso lugar no estacionamento. Mas saí do carro antes dela. Percebi, pelo ruído da porta, que ela saiu logo em seguida, mas não arrisquei olhar para trás. Enquanto eu procurava minha filha, meus olhos puderam perceber que a loira estava vestida de uma forma completamente diferente do primeiro dia. Um tailleur preto, sóbrio, mas extremamente sexy em seu corpo, deixava a vista uma boa parte de suas pernas. Percebi seus joelhos bem feitos, o que é raro inclusive nas mais badaladas modelos. Aliás, poucas pessoas emitem comentários a respeito dos joelhos femininos. Apesar de não ser lá uma parte do corpo muito apreciada pelos olhos masculinos, um par de joelhos bem feitos merecem ser reverenciados. Joelhos de modelos muito magras e de mulheres que praticam muita musculação geralmente são muito feios. Quando olhamos para as pernas eles se sobressaem logo. Choca um pouco a visão. Já os joelhos bonitos são praticamente imperceptíveis, o que não é contraditório. Os belos fazem a ligação entre coxas e canelas de uma forma suave, contínua. O da loira era assim. Impossível de não se comentar. Logo em seguida voltei para o carro, deixando aquela sublime visão para trás.

Sexta-feira parece ser o dia mais movimentado na saída da escola. Ficamos com a impressão que nesses dias o número de alunos se duplica, tal a algazarra que eles promovem. Estacionar de frente para o carro da loira virara uma rotina, o que prova que, de fato, nem toda rotina pode ser considerada ruim. Desta vez foi ela que saiu primeiro do carro. Usava o mesmo jeans do primeiro dia mas com uma blusa curtinha que deixava de fora parte de sua barriga. Mas ao invés dela caminhar em direção ao portão ela veio na direção do meu carro. Parou junto a porta e antes de eu dirigir meu olhar para ela, percebi, discretamente, seu lindo umbigo que estava a mostra. Tenho fetiches por umbigos bonitos. Ao me dirigir a palavra pude perceber um sotaque carioca e um timbre de voz suavemente feminino. Perguntou se eu poderia emprestar por alguns momentos a bateria do meu celular, pois a dela havia descarregado e ela notara, em outra oportunidade, que o celular que eu costumava carregar na mão era do mesmo modelo do que ela possuía. Ofereci meu celular inteiro mas ela insistiu que aceitaria apenas a bateria. O sorriso que ela deu tornava impossível uma negativa da minha parte. Emprestei-lhe uma bateria reserva que eu sempre carrego comigo no carro e disse que ela poderia me devolver outro dia. Ela agradeceu com outro sorriso e seguiu seu caminho, com aquela forma de andar muito sensual. Pensei por um momento em acompanha-la, mas considerei mais prudente evitar uma aproximação maior. Porta de colégio é um local muito apreciado pelas mães que gostam de comentar sobre a vida alheia.

Na segunda-feira cheguei um pouco atrasado e não houve encontro. Foi bom porque eu estava com bastante pressa e não poderia perder tempo, mesmo com algo tão agradável quanto a devolução de uma bateria de celular por uma loira maravilhosa.

Na terça-feira eu cheguei um pouco mais cedo que o habitual, e ela já estava lá. Ao perceber minha chegada, saiu do carro e veio me devolver a bateria. Estava deslumbrante num vestido com estampa florida e muito alegre. Ele tinha uma leve transparência, suficiente para mostrar o contorno de sua cintura e coxas. Um suave sorriso acompanhou a devolução da bateria e, como ainda era cedo, ficamos de pé ao lado do meu carro conversando sobre generalidades. Escola, filhos, criação, etc. Perguntei se ela era carioca e ela confirmou minha suspeita. O fato de eu ser conterràneo dela fez o assunto mudar para a Cidade Maravilhosa. Algum tempo depois fomos juntos pegar as filhas. Nos separamos ao entrar pelo portão e cada qual seguiu seu caminho. Na volta para os carros, ela estava alguns passos a minha frente. A luz do sol estava forte e me presenteou ao aumentar um pouco mais a transparência do seu vestido. Através dela observei todo o contorno de uma deliciosa calcinha. Por um instante me senti como o Super-homem com sua visão de raio X. Imaginei-a por inteiro sem aquele vestido e como seria deslizar minhas mãos por todo aquele lindo corpo, começando por seus cabelos, rosto, costas, curvas, até chegar ao contorno daquela minúscula calcinha. Pensei na delícia que seria eu roçar meus lábios naquela bunda maravilhosa, naquelas coxas roliças, naquela barriguinha fantástica. Acordei do sonho quando minha filha me puxou dizendo que já havíamos passado do nosso carro. Olhei rapidamente para a loira, que já estava dentro do carro, e percebi que ela sorria da situação.

Durante o restante da semana não houve nenhum contato direto entre mim e ela. No máximo um oi ou um aceno com a mão. As vezes eu ficava um pouco inquieto e pensava numa maneira de puxar conversa sem levantar qualquer tipo de suspeita da parte dela. Mas afinal, que suspeitas poderiam haver? Era apenas conversa. Seria mesmo apenas conversa? E se ela achasse que eu estou de paquera? Questões como essas povoavam minha cabeça e preferi deixar as coisas como estavam.

Na semana seguinte, segunda-feira, quando saí do carro em direção ao portão da escola, a loira saltou no momento em que eu passava pelo carro dela. Pediu para eu esperar um pouquinho e tivemos um diálogo que começou com outro pedido relativo ao celular.
-Boa tarde! Já conversamos uma vez e ainda nem sei o seu nome - disse a loira, com um sorriso natural.
-Fernando! - respondi rapidamente.
-Meu nome é Mónica e preciso te pedir um outro favor: acho que meu celular está com algum problema. Você poderia ligar para ele para que eu veja se ele está tocando?
-Claro! - respondi.

Liguei para o número que ela me passou e o celular dela tocou. Era o trecho de uma cantiga de ninar. Ela agradeceu e continuou a conversa, antes de caminharmos.
-Desculpe se nos últimos dias eu não te cumprimentei direito. Na verdade gostei de ter conversado contigo naquela oportunidade, mas fico morrendo de medo das pessoas comentarem se ficarmos conversando sempre. Você é casado, eu também sou e não preciso dizer como são as fofocas na porta de escola - comentou Mónica em voz discreta.
Dei um sorriso lembrando que o comentário dela fora exatamente o que eu pensei outro dia.
-Também gostei da nossa conversa daquele dia - respondi - E acho que você tem razão quanto a comentários maldosos, mesmo que não estejamos fazendo nada de mais.
Meu comentário fez com que Mónica desse um sorriso diferente dos anteriores. O sorriso daquele momento, em combinação com sua maneira de olhar, deixaram transparecer uma leve malícia. Nenhuma outra palavra foi dita e fomos buscar as meninas.

No dia seguinte, quando estávamos estacionados, percebi que por duas vezes olhamos na direção um do outro e trocamos sorrisos. Sem dúvidas estava formado o perigoso clima de paquera. Num ímpeto de ousadia, lembrei que o número do celular dela ainda deveria estar gravado na memória do meu. Busquei o número e lá estava ele. Sem pensar muito, tomei coragem e liguei para ela ao mesmo tempo em que eu olhava na sua direção. Notei que ela, antes de atender a ligação, observou o número de quem a chamava. Olhou na minha direção e sorriu antes de atender, confirmando que ela armazenara o meu número.
-Oi Fernando! Onde você está? - e deu um enorme sorriso para mostrar a forma descontraído em que ela se encontrava.
-Encontrei um jeito de conversarmos cara a cara sem causar suspeitas e nem comentários maliciosos - disse eu em tom sorridente.
-Claro! Mas só podemos fazer isso quando estivermos aqui, pois telefonemas fora de horário também podem trazer problemas - disse Mónica.
-Acho que você não precisava ter me dito isso. Sou muito mais discreto do que você possa imaginar.
-Será mesmo? - disse ela dando uma boa gargalhada.
-Por que a dúvida? - perguntei.
-Porque lembrei que num desses dias você estava tão entretido num pensamento que passou direto pelo seu carro.
Aquele comentário em tom nada inocente deixou-me perplexo. Fiquei sorrindo por algum tempo e resolvi entrar naquele jogo.
-O que acha que eu estava pensando exatamente naquele dia? - disse em tom sorridente.
-Preciso mesmo responder?
-Adoraria que respondesse!
-Acho que você gostou da transparência do meu vestido!
Aquele novo tiro verbal quase me matou.
-De onde tirou essa idéia? - disse eu em tom meio sem graça, tentando disfarçar com um sorriso.
-Fernando, você parece sim ser um homem bem discreto, mas tenho certeza que também é bastante inteligente a ponto de saber que as mulheres têm um sentido extra que consegue captar com facilidade muitos pensamentos masculinos, principalmente aqueles mais óbvios, mesmo que partam de homens muito discretos!
Resolvi rebater com uma pergunta também desconcertante.
-Usou aquele vestido de forma premeditada?
Depois de alguns segundos de pausa, que claramente denunciaram que a verdadeira resposta seria afirmativa, ela disse:
-Conclua você!
-Olha o relógio - observou Mónica. - Não vamos perder a hora.
É incrível a habilidade que têm algumas mulheres em dar a corda para depois puxa-la. É uma arma que elas utilizam com maestria e que quase sempre negam fazê-la de forma consciente. E como nós gostamos de pegar a cordinha, sempre pagamos para ver a hora em que ela é puxada. Mas fazemos isso de forma inconsciente. São essas peculiaridades dos universos masculino e feminino que tornam as relações tão interessantes.

Quarta-feira! Lá estávamos frente a frente, cada qual no seu carro. Apostei comigo mesmo que ela ligaria dessa vez. Claro que perdi a aposta. Sou impulsivo demais para aguardar mais do que cinco minutos.
-Oi Mónica!
-Fernando, Fernando...
-Devo desligar? - indaguei.
-Claro que não! Mas não vamos perder o horário - disse ela com naturalidade.
Resolvi, com algum receio, ser direto.
-Onde paramos ontem?
-Acho que na parte mais quente da conversa - respondeu Mónica no seu incrível tom malicioso.
E antes que eu dissesse outra coisa, ela mudou radicalmente seu tom e me disse:
-Fernando, acho complicado a gente levar esse assunto muito adiante. É muito perigoso e eu jamais farei algo que fira a minha consciência.
-Você é incrível! Como consegue pensar tão lá na frente? - disse eu de forma séria.
-Algumas coisas são muito óbvias. Digo isso porque sei que da mesma forma que te causei alguma atração, não posso negar que ela foi recíproca da minha parte - rebateu Mónica de forma mais séria ainda.
-E tem outra coisa - continuou - amanhã será o último dia que me verá aqui, pois meu marido foi transferido para São Paulo há 30 dias e terei que ir em definitivo este fim de semana.
Aquele comentário foi como uma ducha de água fria. Por alguns segundos fiquei em silêncio. Pensei em como aquela gostosa rotina seria novamente quebrada e que tudo voltaria ao tempo em que aquele Classe A não estacionava a frente do meu carro. Mas logo em seguida pensei em muitas outras coisas boas e que aquilo seria apenas mais uma coisa a ser guardada como um bom momento. Para alguém que vive satisfeito com a vida e com aquilo que de bom ela proporciona, seria fácil assimilar aquela perda. Que perda? Foi quando resolvi voltar a conversa.
-Posso te fazer uma pergunta indiscreta, Mónica? Mas responda apenas se quiser.
-Pergunte! Prometo responder.
Havia várias maneiras de fazer a pergunta. Optei pela forma direta, nada sutil, afinal não tinha mais nada a perder.
-Passou pela sua cabeça a possibilidade de irmos para a cama, caso você continuasse aqui?
Ela sorriu e comentou:
-Vocês homens e suas perguntas. Claro que pensei nisso, mas acho que jamais faria. Entre ter a vontade e realiza-la vai uma diferença enorme. E, mesmo hoje em dia, é sempre mais complicado quando se é uma mulher casada. Temos que considerar muitos fatores que em geral os homens não pensam. Para complicar ainda mais, não sou uma mulher totalmente independente em termos financeiros e...
-Tudo bem, tudo bem - interrompi. - Não precisamos falar sobre isso. Seria perda de tempo.
-Claro que seria, Fernando. Mas veja bem, não acha que foi divertido esses dias?
-Estava ficando excitante, sem dúvida - respondi.
-Uma delícia sim! - ela comentou daquela forma nada inocente.
Aproveitei o retorno daquele clima gostoso e perguntei:
-Faria algo se eu pedisse, como presente de despedida?
-Ah! Fernando, isso vai depender do que tem em mente.
-Seria algo em que eu não tocaria um dedo em você. Seria algo apenas visual.
-Algo relacionado com certo vestido transparente? - perguntou Mónica de forma muito afetada.
-Não! Algo relacionado com aquele tailleur preto que usou uma vez.
-Mas quase nunca uso roupas formais. Nem me lembro se vim aqui num tailleur.
-Vai se lembrar! Viria vestido com ele amanhã e chegaria um pouquinho mais cedo? Afinal será a última vez!
-Fernando, Fernando! Ainda não me disse o que tem em mente.
-Venha como te pedi que saberá o que desejo amanhã. Aliás, se costuma usar meia-calça, venha sem ela. Tenho certeza que vai gostar da brincadeira. Além do mais não haverá contato físico entre a gente, já te prometi.
-Vou pensar no assunto - finalizou Mónica desligando o celular.

Sexta-feira ao meio-dia, eu cheguei e estacionei naquela sombra de sempre. Cinco minutos depois ela chegou. Lá estávamos frente a frente. Liguei para ela de forma a não perder tempo. Notei que ela usava roupa preta, mas não tinha certeza se era a que eu havia pedido.
-Satisfez o meu desejo? - comecei a conversa.
-Preciso saltar do carro para que você perceba? - respondeu com voz suave.
-Se saltar do carro agora, fará com que eu vá até você.
-Fernando, combinamos que não haveria contato e já tem gente estacionada por aí. Diga agora o que tinha em mente quando me pediu para vir com essa roupa?
-Ainda tenho em mente! - observei com um sorriso.
-Você está nervosa? - perguntei.
-Apenas um pouco excitada com a situação, mas isso é natural.
-Tenho apenas mais um pedido antes de irmos buscar as meninas, e sei que esse é mais complicado que o de ontem.
-Peça!
-Bem...Na hora que eu me levantar do carro para ir até o portão... obrigatoriamente passarei ao lado do seu - falei de forma bem pausada.
-Não obrigatoriamente - respondeu ela em tom irónico - Você pode dar a volta e ir pelo outro lado e passar longe do meu carro.
-Jamais faria isso hoje - observei. - Principalmente porque imagino que não recusará o meu pedido.
-O tempo está passando, Fernando! Gosta de ficar de rodeios?
-Voltando ao meu pedido, quando eu passar do lado do seu carro, ficaria louquinho se você me deixasse a mostra suas pernas até a altura da sua calcinha.
-Que calcinha?
Meu sangue ferveu com aquela pergunta. Pela primeira vez ela me deixara totalmente sem palavras e sem ação. Percebendo a maneira que eu fiquei, ela quebrou aquele silêncio com sua voz docemente maliciosa.
-Se quiser eu faço o que você pediu, mas acho que não será bem a calcinha que você vai enxergar. Serve assim mesmo?
Desliguei o celular e fiz um sinal afirmativo com minha cabeça. Ela fez sinal para que eu esperasse um pouco. Percebi pelos movimentos que ela fazia, mesmo de forma muito discreta, que estava vagarosamente levantando a saia. Ela devolveu o sinal afirmativo com a cabeça e eu saí do carro. Nesse mesmo momento ela abriu completamente o seu vidro, para evitar que qualquer reflexo viesse a atrapalhar a minha visão. Caminhei no meu passo normal e senti meu batimento cardíaco acelerar ainda mais. Ao passar pelo melhor ponto pude ver por inteiro aquelas lindas coxas, com pelinhos bem dourados, da mesma cor daqueles que formavam um triàngulo na sua região mais secreta, mas que para mim fóra mostrado naquele instante. Foi por uma fração de segundos, mas foi como seu eu tivesse fotografado aquele momento, tal foi a sensação de que eu havia ficado parado ali por horas, a apreciar aquela magnífica paisagem. Ao ultrapassar o portão, ainda tive que esperar alguns minutos antes de minha filha aparecer. Mónica ficara dentro do carro por mais tempo e só saiu quando eu já voltava com minha filha. Trocamos um sorriso discreto, mas cheio de segredos, e pela última vez pude contemplar aquela beleza.

Segunda-feira! Meio-dia e quinze minutos. Estacionei na sombra. Minutos depois estacionou na minha frente um Santana. Uma mulher morena, bonita, saltou do carro e foi em direção ao portão. Voltou com seus dois filhos e saiu de forma apressada.

Terça-feira! Meio-dia e quinze. Um Civic estacionou na minha frente. Desceu uma senhora aparentando ter mais de 50 anos. Voltou com uma menina que a chamava de vovó.

Quarta-feira! Meio-dia e quinze. Nenhum carro estacionou na minha frente.


Segunda-feira da semana seguinte. Conseguimos um transporte escolar para minha filha e não precisei mais estacionar na sombra da amendoeira.
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