Usina de Letras
Usina de Letras
33 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63136 )
Cartas ( 21348)
Contos (13299)
Cordel (10355)
Crônicas (22578)
Discursos (3248)
Ensaios - (10647)
Erótico (13588)
Frases (51615)
Humor (20167)
Infantil (5584)
Infanto Juvenil (4928)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141263)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6344)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Bandoleiros da ciranda suicida financeira -- 09/08/2000 - 13:22 (Guilherme Gouvea) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Talvez os que não o conhecem digam que "é apenas mais um maluco descontente". Destes que, na falta de coragem, abandonam a vida de forma suicida. Colégios de nome, amigos na agenda, boa merenda e televisão no quarto. Como quase todos nós, é um sonhador que caminha pelo mundo. Têm a condição financeira de poucos bípedes - que somados dão muitos quadrúpedes de pés e mãos-de-obra baratas. Assim ordena a ciranda, ritmando a miséria entre nós homens. Porém ele não quer dançar.

Pela TV do quarto vê os grilhões nos seres humanos e a fedentina do seu jornalismo. Procura espaço no mundo que lhe bate as portas. Pregam-lhe o fim das utopias sem a dele ter acabado. Olha-se no espelho e não admite prostituir-se à ordem. Seus cabelos brancos escondem a juventude de vontade, enquanto o olhar cansado mostra a idade de sua luta. Mas embora sem tesão, mantêm-se ereto. Bate os pés: não quer virar quadrúpede.

Os comentários são variantes, que deslizam entre o "é a única forma de sobreviver" e o "preciso alimentar meus filhos". Ele já não suporta mais ouvir estes discos. Quer o fim e vê na morte o ingresso. Cara-a-cara com as trevas sente a luz aproximar-se. Antes de mergulhar no mar gelado do infinito resolve recuar. Brinca com a vida que lhe debocha. Dá mais uma chance ao mundo provar a si que gira fora de órbita.

Quer uma ciranda de crianças e idosos sorrindo, com todos os dentes. Abraços nas ruas ao invés do medo e das grades. Uma escola que liberte ao invés de aprisionar o conhecimento. A ciência para todos e não todos como experiência. Observa algumas árvores dentre os prédios e a fumaça, a lua, o sol e a gaivota rasante à ponte, lhe fazendo sorrir e acreditar que as utopias não acabaram - basta voar em bando.


Guilherme Gouvêa

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui