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Poesias-->A mecânica do fôlego -- 08/06/2004 - 09:38 (joão manuel vilela rasteiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os lugares das coisas clandestinas

como as esculturas no interior da árvore

por vezes rasgam docemente as entranhas

em direcção ao próprio rosto

leve desfocagem do veludo indeciso

uma vaga lembrança das imagens.



O círculo gela a partir da margem

sob o invisível da lamparina

as mãos instantaneamente se dividem

como uma lava espessa sob os ombros

e adormecem como gémeas do vidro

comendo violentamente pedaços de silêncio

onde o branco da boca e o negro das palavras

procuram ser uno nas feridas da luz.



Por vezes no equilíbrio dos sentidos

nas mais profundas chagas da pedra

a pulsação reduzida à boca

agarrada à superfície das coisas

que tocada ela pelo vazio cicatrizado

em sucessivos círculos como um morcego

perfura o abismo dos dias

descendo pelo interior do corpo ou da coluna

como uma enorme pálpebra de marfim

devorando conscientemente os seus pedaços de alma.



A última verdade ignorada

é apenas um sentimento mágico

como a inocência dos sonhos

sinais de uma trajectória madura

rasgando as veias do corpo

talvez frutos reinventando o estio

e um azul bebendo as tempestades

a respiração que transporta o fôlego

na velha flauta das sombras.



Na espinha da língua a mecânica do fôlego

um princípio feroz na agonia do ritmo

mordendo a luz que circunda a boca fundida

a respiração que precede o sopro aberto na origem.





1º Prémio: II Concurso NEFLUC de Poesia e Conto/04(F.L.U.C. - Universidade de Coimbra).
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