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Cronicas-->Nossa fé, de cada dia! -- 06/03/2003 - 01:28 (Priscila de Loureiro Coelho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Quem caminha pelas ruas de nossa cidade, pode observar as mais diversas paisagens urbanas. Avenidas, praças arborizadas, calçadas, que apresentam peculiaridades pitorescas, como a que vemos na rua do correio....enfim, uma gama de cenários interessantes, inda que se encontrem, muitas vezes, compostos de elementos que destoam da natureza e maculam a singular beleza que se nos oferece aos olhos, pois a limpeza das ruas anda deixando a desejar.
Em minhas caminhadas matutinas chamou-me a atenção um personagem constante, uma figura que diariamente cruzava meu caminho. Deve andar pela casa dos cinquenta, porte pequeno, possui a desenvoltura e agilidade característica de quem sabe bem para onde está indo.
Durante meses observei-a perambulando pelas ruas; óculos, boné e roupas apropriadas.. Mantinha uma cadência constante, um ritmo quase monótono no caminhar e a cabeça sempre ereta, a postura adequadamente alinhada e um quê de serenidade ao movimentar-se.
Chamou-me a atenção o fato de que na maioria do tempo, andava de olhos fechados. Diversas vezes, ao andar lado a lado, observei este detalhe, e me intrigava sobremaneira este comportamento atípico.
Era uma pessoa atenta, pois jamais deixou de cumprimentar-me quando nossos passos nos colocavam emparelhadas, por alguns minutos, o que ainda mais me intrigava.
Um dia, não resistindo , ao aproximar-me dela, cumprimentei-a e, aproveitando o ensejo, puxei conversa com a intenção clara de indagar-lhe sobre seu comportamento. Em dado momento o fiz, e deixei que a curiosidade me vencesse, perguntando-lhe abertamente, porque, na maioria do tempo, caminhava de olhos fechados.
Não me surpreendi com sua simpatia e espontaneidade ao responder-me, pois tudo nela transmitia autenticidade e franqueza. Assim, com naturalidade disse-me que enquanto caminhava, ia orando e conversando com Deus, e como já conhecia de sobejo o caminho, podia dar-se ao luxo de assim proceder.
Ouvi atenta sua explicação singela e despretensiosa, e me admirei com sua lógica, que de certa forma esbarrava com a minha, um pouco mais prática e realista.
Continuei observando-a dia após dia, encantando-me com sua inocente presença, que parecia enfeitar o caminho por onde andávamos, e a cada manhã, lembrava-me enternecida da razão de seus olhos se fecharem.
Semana passada, andava eu como sempre, quando avistei a razão de minha admiração matutina, que caminhava a minha frente. De repente, percebi um movimento estranho e em questão de segundos atinei espantada com o que aconteceu. Meu personagem predileto havia colidido de forma abrupta com um poste.
Apressei-me ao seu encontro para ajudar e quando estava a poucos passos de meu destino, parei ao observar a cena que se desenrolava a minha frente e ouvi surpresa minha amiga.
Enquanto pegava o boné, que havia caído, e recolhia os pedaços do óculos estraçalhado, ouvi quando ela dizia em voz indignada:
Puxa vida Senhor! Estava a falar contigo, o que custava avisar-me sobre o poste?!
Vejam vocês !





Priscila de Loureiro Coelho
Pedagoga e Especialista em Recursos Humanos







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