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Artigos-->Considerações sobre o ensino e suas abordagens – (2) -- 20/11/2000 - 15:27 (Ana / @then@) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É muito complexa a tarefa dos professores, principalmente nos dias atuais, ao se depararem com um público estudantil que traz consigo uma grande dificuldade em estabelecer relações com tempos históricos.

Em virtude disso surge a necessidade dos mesmos se prepararem cada vez mais em relação às novas linguagens do ensino, principalmente no de História e, as novas propostas curriculares, uma vez que os alunos se mostram muito confusos diante do acelerado crescimento tecnológico que tem gerado incertezas e criado mitos para a atual geração, o que implica em delimitar com maior precisão o papel educativo da área, de forma que seja capaz de impedir a formação de uma visão apenas utilitária e profissional das disciplinas escolares.

Segundo as novas diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio, esta visão deve estar embuída de caráter humanista. Caminho um tanto quanto difícil a percorrer no momento, uma vez que vivemos o auge do materialismo na chamada e tão indefinida Globalização, porém, não impossível.

Dentro destas análises irei me reportar a algumas recentes reflexões.

Em relação ao conhecimento histórico escolar, os currículos atuais são indicativos das transformações paradigmáticas do campo que envolve o conhecimento histórico como um todo. As aproximações entre história ensinada e a produção acadêmica tem se intensificado a partir do final dos anos setenta, estabelecendo relações muitas vezes profícuas mas que apontam para as dificuldades de consensos e ou definições simplificadas sobre os conteúdos e métodos de ensino.

O debate historiográfico tem sido intenso, com abordagens diversas sobre antigos temas e há a inclusão de novos objetos que constituem as múltiplas facetas da produção humana e que se sustentam em uma pluralidade de fundamentos teóricos e metodológicos.

A partir destas abordagens se faz necessário uma redefinição de nossas concepções de Homem, mundo, sociedade, educação, relação professor/aluno, processo ensino aprendizagem, ..., uma vez que serão estas concepções que irão nortear o nosso fazer pedagógico, levando-nos a um novo pensar pedagógico.

Ainda em relação ao aspecto teórico – metodológico, não podemos nos esquecer que as contribuições de Piaget, Vygostsky, Freinet, entre outros, nos apontam uma das principais dificuldades no ensino de História: a construção da temporalidade na criança e as diversas abordagens do Homem, ora sujeito do processo histórico e, em outro momento objeto de estudo da construção do conhecimento histórico, sem levar em conta as outras áreas do conhecimento.

Muitas vezes a complexidade das relações humanas e o “não sei o que faço diante disso tudo”, leva o professor a lidar com o ensino de história como sendo este o ensino de letras mortas.

Quanto à construção da noção de tempo, o que implica a construção da noção de espaço (noções fundamentais para a assimilação do conhecimento histórico) , deve ser pensada e repensada por todos os educadores, ultrapassando a barreiras das áreas, uma vez que desde a infância a criança está ativamente em processo de construção do conhecimento. Porém, etapas tem sido queimadas quando, na escola, principalmente nas séries iniciais, valoriza-se apenas o ensino de Português e Matemática em detrimento a outras áreas. No entanto, se todo o tempo que se tem destinado a estas duas disciplinas pudessem resolver os problemas e/ou defasagem de aprendizagem, no mínimo, esperava eu, estes alunos tornarem-se, pelo menos, em ótimos “escritores” e “calculadores”. Mas, não é isto que eu tenho constatado a partir de minhas experiências.

Bem, por outro lado, algumas mudanças tem sido significativas.

A abordagem marxista da história, que privilegiava, no início, as infra-estruturas econômicas e as lutas de classe deu lugar a pesquisas referentes à cultura, as idéias e valores cotidianos, o simbólico presentes nas experiências das classes sociais e nas formas de mediação entre elas. Também passaram a se interessar pela linguagem, como ponto de partida para análise de diversos discursos e do processo de construção da consciência de classe ou de identidades.

O tratamento metodológico que tem sido aplicado quanto ao papel da documentação na construção do conhecimento histórico fez com que o mesmo deixasse de ser considerado apenas o alicerce da construção em todos os seus momentos e articulações. Passou a existir a preocupação em localizar o lugar de onde falam os autores dos documentos, seus interesses, estratégias, intenções e técnicas.

Entretanto, neste período, a que chamo de período de transição, onde se tem buscado novos caminhos, novas respostas, tomemos um único e simples objetivo para nortear nossa ação educativa, seja em que área for, que todo ensino leve o ser humano a exercer o que lhe torna diferente de qualquer outra espécie: que é a capacidade de pensar, agir, repensar sua ação e construir uma nova ação.

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