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Poesias-->ULTIMATUM -- 13/06/2004 - 12:30 (Lílian Maial) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ULTIMATUM

Lílian Maial









Apenas hoje, escuta-me!



Permite que o vento alise-te a fronte,



Como a mão antes ofertada, deixada aberta e vazia,



Como a voz que não calou, mas que não foi ouvida,



Nem em brisas, nem em sombras.



Libera o açoite do trigal, feito loura cabeleira a roçar-te a memória,



Quando tinhas meu peito no teu, e meus cabelos de afagos.



Apenas hoje, cala-te!



Deixa que eu ecoe por tua morada,



Que alimente teus dias de calor,



Que minha voz te seja tão vital,



Que jamais me entoarias.



Apenas hoje, olha-me!



Enxerga o teu destino, o teu passado,



O teu agora, que não há tempo para mais tarde.



A vida não aguarda, e não baixa a guarda.



Apenas hoje, ama-me!



Cala, escuta, sente, solta!



Leva esse amor para bem longe,



Para as estranhas, para o magma vitorioso.



Apenas hoje, deixa eu ser teu gozo.



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