Quem és tu
Que me aparece do nada?
Que encantas,
Que rejeitas o que não conheces,
Que padeces com brincadeiras,
Que te enfureces com o meu sorriso.
Quem és tu
Que me beijas?
Que se engrandece do passado,
Que desmorona o presente,
Que fica sem futuro.
Quem és tu
Que me tocas?
Que rebolas e gracejas,
Que me revoltas com a tua infantilidade,
Que não te importas com o que te falo,
Que se esquece que eu sou eu e não um outro alguém.
Quem és tu? Quem és tu?
Que exiges de um corisco
Que aparece na noite fria,
Que te faça amanhecer o dia?
Que desejas de um corisco
Que não seja apenas um pouco de luz e companhia
Quebrando por alguns instantes
As trevas da tua desdita.
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