PRISIONEIRA !
Lílian Maial
Submersa em minhas águas,
me naufrago a cada porto,
vejo o cais de minhas mágoas,
nos teus olhos de anjo torto.
Busco o ar que não respiro,
no meu sangue, a coragem,
mas me sugas, vil vampiro,
sufocando-me em drenagem.
Sou jogada, enfim, à orla,
soçobrando na marola,
numa morte passageira.
Mas meu fim não é agora,
condenada vida afora,
desse amor sou prisioneira !
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