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Contos-->O velho fantasma -- 01/10/2003 - 22:21 (Christina Cabral) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
– O Velho Fantasma.
(Também para a criança que continua dentro de nós)


Era vez um fantasma velho, velho, velho. E bota velhice nisso! Ele morava num castelo velho, velho, velho. Mas o fantasma vivia triste – “vivia” ou “morria”? – porque o castelo estava completamente vazio, abandonado. Não havia ninguém para ele assustar. Quando, à meia noite ele saia arrastando correntes, batendo portas e janelas, os ratos diziam; “Lá está o bobo do fantasma assustando o vento...”.

Que coisa mais sem graça e aborrecida para um fantasma que se preze, é não ter ninguém para desmaiar de susto com as suas artes, não?

Mas o velho castelo ficava perto do mar e um dia, um jovem marinheiro resolveu passar suas férias, com sua mulher e dois filhos, um menino e uma menina, naquele castelo. Aproveitariam a praia, os banhos de mar e não gastariam nada em hospedagem.

Quando o velho fantasma viu parar um jipe e dele saltar aquela gente, tão jovem e alegre, ficou feliz: “Ah, agora sim, tenho a quem assustar! Quero ver esta gente tremer de medo!”. Naquela mesma noite, ele esperou o relógio bater blém, blém, blém... meia noite, e saiu se achando um perigo, arrastando as suas correntes e gemendo pelos corredores, mas os visitantes estavam tão cansados da viagem que não escutaram nada e dormiram, pesadamente, a noite toda.

No dia seguinte, quem estava cansado e até de olheiras, de tanto arrastar correntes, era o velho fantasma. Dormiu o dia todo e quando o relógio bateu blém, blém, blém...meia noite, ele acordou assustado e saiu apressadamente, procurando suas antigas correntes para arrastar, e até se atrapalhou com tantas portas e janelas para bater. Os visitantes estavam tão cansados de tanto passear, tomar banho de mar e correr pela praia, que dormiam profundamente. O velho fantasma sentou sobre a lareira, junto do relógio, e chorou, chorou,chorou, desconsolado.

Então, os ratinhos ficaram com pena do pobre e velho fantasma. Fizeram uma reunião no porão, discutiram muito e traçaram um plano.

Na noite seguinte, se espalharam pelos quartos e ficaram quietinhos, esperando. Na hora em que o relógio bateu blém, blém, blém... meia noite e o fantasma, desanimado, saiu preguiçosamente arrastando suas correntes, já nem se importando de bater portas e janelas, os ratinhos saíram correndo e pularam nas camas dos visitantes, que acordaram assustados e, aos berros, desandaram pelos corredores.
A mãe, até esqueceu de vestir o roupão e saiu de camisola e tudo, a gritar : “Socorro, socorro, socorro!” A menina fugiu, na disparada, por uma porta do quarto, o menino por outra e deram um encontrão no pai, que tremia de medo no corredor. Foi um Deus-nos-acuda!

Assim, “empijamados” e “encamisoladas” como estavam, arrebanharam as suas coisas, subiram no jipe, e partiram apavorados. Nunca tinham visto tantos ratinhos juntos! O fantasma, rindo de gosto, refestelou-se em cima da lareira, orgulhoso de sua profissão: assustar os viventes!

E os ratinhos? Voltaram a dormir sossegados, na certeza de que haviam tornado feliz o velho e querido amigo.
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