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Cordel-->ASSASSINATO DO PORTUGUÊS -- 14/07/2006 - 09:15 (HENRIQUE CESAR PINHEIRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ASSASSINATO DO PORTUGUÊS

Hoje em nosso país
As palavras são abolidas
Por meia dúzia substituídas
Isso porque uns imbecis
Todos muito servis
Um bando de analfabetos
Que se acham cobertos
Sempre de muita razão
Pra tudo têm uma opinião
Aí o Brasil não dá certo

Pra você ser bem falante
Aprenda palavras chaves
Para tudo elas encrave
Está aí uma boa fonte
Agora você é um gigante
Pode passar a dizer
E em tudo se meter
Falando esses modismos
Chamados de neologismos
Mas vai se arrepender

O charme na Economia
É se dizer patamar
Juros é praticar
Pra não perder a mania
Muito menos a magia
Algo tem que falar
Não importar o lugar
E pontos percentuais
Esqueça os manuais
Mas não de encontrar

Enquanto não é tempo
Passou a ser condição
Isso em toda ocasião
Não importa o momento
Quando falta argumento
Serve pra comparação
O negócio é utilização
Mesmo que não caiba
Não importa se não saiba
Usa-se mesmo sem razão

A nível outra desgraça
Seu uso é obrigatório
Em qualquer falatório
Perdeu um pouco a força
Mas, ainda há quem faça
Seu uso indiscriminado
Outro dia um delegado
Mostrou toda sua ignorância
E com falta de elegância
Ouvi daquele brocado

Uma grande aberração
Falar numa entrevista
Com todo mundo à vista
Na frente da televisão
Dando uma de sabichão
E que a nível de bala
Disse ele em sua fala
Ele não queria lutar
Porque podia se enganar
E inocente ir pra vala

Ninguém vê mais nada
Agora tudo se confere
Se quer vê você espere
Quanto a palavra é falada
Em notícia apresentada
Comprar, vender, assistir
Tudo mudou pra conferir
Tem até gente de cultura
Mas que nunca se apura
A essa palavra preferir

Vai se acabar nosso Brasil
Pois tudo aqui só acontece
Realizar não mais aparece
E nesse nosso grande covil
Tem um bando de imbecil
Que não sabe que acontecer
Significa improvisar, à mercê
O significado de realização
Passou a ser improvisação
Preste atenção pra aprender

Agora tudo é oficina
Qualquer festa é evento
Assim diz todo jumento
De bodegueiro de esquina
A chefe de qualquer faxina
Tem promotor de evento
Tudo pra qualquer momento
Até pra arranjar uma puta
Ou homem de saia curta
Dentro e fora de convento

Das palavras mudam sexo
Pesquisar mais ninguém quer
Nem homem nem mulher
Isso é puro complexo
De gente com pouco reflexo
A mascote é o mascote
Tudo num grande pacote
Pra ninguém ter trabalho
A educação é um frangalho
Precisamos de um boicote

Outras palavras da moda
Estou falando de gestão
A outra usada é geração
Quando for falar de renda
Isso pra que você aprenda
Mas fale também com certeza
Vocabulário sem riqueza
Mas na sua nova falação
Vai dando uma de sabichão
Para mim só mostra pobreza

Se não usar o gerúndio
Nem uma locação verbal
Vai se sair muito mal
Nesse pequeno latifúndio
Que se tornou compêndio
De aluno do Mobral
De todo esse pessoal
Que junto com a galera
Em meu Brasil impera
Agora tudo é pontual

Por isso preste atenção
Você está sendo focado
Até pela pessoa do lado
Que se acha um doutor
De português um professor
Que você é ultrapassado
Pobre dum despreparado
Que não teve evolução
Na onda de globalização
Há muito foi superado

Junto e onde vamos falar
Trocaram sua significação
Transformaram em aberração
Onde não significa lugar
Serve até como anexar
Junto não é mais ao lado
Tem um novo significado
Tenho pena de estudante
Que se tornou replicante
Ter o assunto questionado



Henrique César Pinheiro
Janeiro/2006
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