Usina de Letras
Usina de Letras
71 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62199 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10353)

Erótico (13567)

Frases (50601)

Humor (20029)

Infantil (5428)

Infanto Juvenil (4761)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->O MUTANTE DO CU FALANTE - PARTE 2 -- 05/10/2003 - 18:47 (ASCHELMINTO da SILVA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Daquele momento em diante a vida dos Von Hobrach mudou totalmente.
Piedosos, recusaram os argumentos dos médicos e levaram seu filho anormal para casa. O menino foi batizado em uma cerimônia simples e restrita, recebendo o nome do avô, Joseph von Hobrach.
Eles o amavam desde que fora gerado, e muitas vezes pensaram na possibilidade de um acontecimento trágico alterar as expectativas que tinham para a criança.
Infelizmente o destino foi cruel e definitivo. Teriam que conviver com uma anomalia monstruosa, que impediria a integração da criança com outras pessoas.
A vergonha, entretanto, forçou o casal a se retrair nas suas relações pessoais, e até mesmo entre os parentes, houve um isolamento sempre crescente.
Era constrangedor e até mesmo chocante, ver Frau Inga amamentar o garoto.
Quando Herr Karl adentrou o quarto e deparou com a esposa amamentando o pequeno Joseph, por pouco não deteve uma blasfêmia contra o criador.
Frau Inga estava sentada numa poltrona, segurando o bebê que tinha as pernas voltadas para o ar, enquanto sua cabeça pendia sobre o colo. Ela posicionou as nádegas do bebê junto ao seu peito, para que o mamilo pudesse ser sugado pela boca de Joseph. O que Herr Karl viu foi aterrador, chocante e triste, pois o seio era succionado pela bunda da criança, que se movimentava durante o ato, fazendo as pernas balançarem, enquanto os olhos, vidrados, olhavam ao redor, numa face deformada pela presença horripilante de um cu.
Os cuidados eram redobrados, pois Frau Inga não deixava que ninguém chegasse perto do seu rebento. Eles adaptaram uma fralda descartável para usa-la no rosto, sem que encobrisse o nariz, o que impediria a respiração. Entretanto, também tinham que usar outra fralda que retivesse a urina, mas sem “amordaçar” a boca.
O banho era outro tormento, pois sempre havia o risco de afogamento. Para banha-lo, foi colocada uma prancha sobre a banheira, onde a criança era colocada, e assim banhada, sem que houvesse imersão.
Joseph cresceu, começou a engatinhar, e principiou a balbuciar algumas sílabas.
Herr Karl, sempre emotivo, e agora, sempre bêbado, ficou emocionado quando Joseph proferiu a palavra “papá” pela primeira vez. O fato de falar com a bunda, talvez não tivesse sido notado, não fosse o fato de o menino, após proferir a palavra, foi carregado pelo pai, e, estando nu, defecou sobre o genitor, no exato momento em que este beijava sua face.
Foi preciso muita abnegação e amor para continuar criando o menino, que crescia forte e alegre, malgrado sua congênita anomalia.
Mas as coisas não seriam tão simples com o passar do tempo, pois logo Joseph percebeu que era diferente, pois seus pais podiam beija-lo de uma forma que ele não podia. O menino foi ficando retraído e complexado, e se já não saia com freqüência, agora rejeitava qualquer convite para deixar sua casa.
Consultaram um psicólogo e procuraram várias escolas para crianças especiais, mas não encontraram muito apoio e esperança para que o filho pudesse se relacionar com outras crianças sem sofrer escárnio por sua condição fisiológica, sem ser rejeitado e tratado como lixo, por ser diferente, como normalmente acontece entre os seres humanos, mormente na Alemanha, que ainda se ressente dos atos odiosos dos nazistas, para os quais, crianças como Joseph von Hobrach deveriam ser eliminadas por serem consideradas “inferiores”.
Chegara para os Von Hobrach a hora de encarar o seu problema e fazer tudo que fosse possível para que Joseph tivesse uma vida mais normal, o normal possível para alguém que falasse pela bunda e cagasse pela cara.

TO BE CONTINUED...


FALE COMIGO

aschelminto@hotmail.com
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui