SESSÃO DA TARDE!
São 14h e penso em você amor, imagino nossas horas de tesão daquelas nossas tardes.
Hora do almoço, olho para você e me abro num sorriso, você me entende e pontualmente me pega no ponto de ônibus.
Seguimos até nosso cantinho preferido, aquele motelzinho escondidinho mas aconchegante. Aquele espelho enorme sobre a cama me permite ver nosso sexo ardente, nossos corpos enrolados, colados, misturados.
Nos beijamos continuamente, como namorado, como apaixonados, libertos de nossos mundos castradores, de nossas prisões domiciliares. Aqui somos um, somos um corpo, um sexo, um desejo.
Rolamos na cama, nos mordemos, nos chupamos, nos experimentamos, misturamos nosso suor, nossa saliva, nossos líquidos sexuais, nossos pelos, nossas peles.
Depois cansados nos aninhamos um no outro e vemos um filminho da sessão da tarde e nem por um momento nos deixamos de acarinhar, sua mão em minha bunda, em minha pele toda. Minha mão segurando meu menino travesso como dona.
Termina o filme, olhamos o relógio, última brincadeira do dia, você me da banho e eu dou em você, nos enxugamos, nos trocamos e saimos com aquela sensação de que somos roubados a cada encontro. Sensação de vida trocada, de destino errado.
Vamos cada um para sua vida trocada e fingimos nossa felicidade mentida e enganada.
Você chega em casa e encontra sua esposa com cara séria, a filha o olha torto e balança a cabeça negativamente e sai.
Ela sabe, ela soube de tudo, um dia aconteceria sabíamos disso. Alguém com inveja de nossa felicidade, acabou com o que havia de bom em nossas vidas. Você nega, some, muda de cidade.
E eu? Choro de saudade!
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