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Contos-->O falso juramento -- 10/10/2000 - 22:15 (Cláudia Ferraz Castelo Branco) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A madrugada avançava e o mar batia funebremente na praia.Era uma noite feia.
Datava que o namoro de Virgílio e Mariana comemorava um ano exato de duração e a tal praia era o local excelente para a primeira noite de amor do casal.
Entre meia-noite e uma hora,os dois deitados á areia,os olhos fixos no céu á espera de algum vento forte que empurrasse todas aquelas nuvens escuras,o silêncio aflito...
Com muito medo do que pudesse acontecer depois que se entregasse ao namorado,exigiu que ele jurasse amor eterno.
__Juro por Deus Mariana
__Diz direito
__Juro por Deus e pela minha morte
Estava celebrado e não havia porquê descrer no homem, não fosse o seu instinto que gritava por dentro.Aquelas palavras que citavam o nome santo em vão eram uma mescla de cinismo e condescendência.Em resumo, ele sentia que havia errado.
O semblante de Mariana, ali,perfeito,a sua voz que enchia-se de paixão ao pronunciar eu te amo,toda aquela dedicação despropositada de qualquer interesse, a não ser a reciprocidade do amor do namorado e aquela meiguice involuntária de menina começavam a causar um mal-estar em Virgílio.Sentia -se ingrato.Preferia que não fosse pura.Preferia mil vezes que fosse louca.
E lá estava Mariana ,apertando com tanta força a mão do namorado que parecia que "ia lhe dar uma coisa".
A lua empurrava algumas nuvens e anunciava-se muito gorda e ameaçadora.
Virgílio ia sendo tomado de um ódio inexplicavél.Quando olhou para o lado e viu o corpo nu e frágil de Mariana não teve vontade nenhuma de tomá-lo contra o seu.Sentiu no estomâgo um enjôo. Tinha naquele momento cruéis pensamentos,iguais aos que temos quando uma criança chata nos pertuba e puxamos sua orelha com malicioso prazer.
Como um surto de loucura,desses que não se explica,Virgilío deu-lhe uma bofetada.Mariana não revidou.Segurando grosseiramente os cabelos da menina ameaçava-lhe a vida e gritava alto que a detestava. Ela continuava com o mesmo sorriso meigo,agora um pouco ciníco.Ria mais a cada tapa que recebia.Chegou a dar uma gargalhada quando Virgílio completamente descontrolado,tentou arrancar um pedaço do seu dedo com os dentes.
Então caiu a chuva bruta e piorou o ar negro de intensidade feia.Um relampâgo clareou os dois corpos que existiam em um só.Um raio cortou o céu muito rápido e atingiu as costas de Virgilío que apenas cerrou os olhos e morreu com um grito sufocado.
Ela olhou para a lua que inchava á medida que a chuva ia ficando mais fina.Sorriu alto,passou a mão nos cabelos do falecido e lamentou o falso juramento.

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