E eu te mostrei
meu secreto abandono,
meus abismos,
minha frágil decência...
Te mostrei meus medos,
todos enfileirados,
minha ausência,
os lugares absurdos do passado.
Te falei das noites vazias,
da falta de sono,
dos meus sonhos mudos,
do turbilhão de enganos.
Te contei dos porquês
do meu útero vazio,
das sensações de bicho,
do meu coração vadio.
Te revelei alguns segredos,
minha pena de morte,
meus versos sem rima,
minha verdadeira sorte...
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