Usina de Letras
Usina de Letras
280 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62171 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50575)

Humor (20028)

Infantil (5423)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Mau gosto -- 29/06/2002 - 17:56 (Anderson O. de Paula) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sempre pensei, não sei porque raios de motivo - talvez tenha lido, escutado falar em conversa em que não era chamado - que o cérebro é como um aparelho de tevê: quando desaparece a imagem, está na hora de desligar o som.



Entretanto, já houve quem não me entendesse, nem de imediato, nem completamente e nem pela metade. Tive, portanto, dar explicação do óbvio: que aludia a facilidade que temos de falar

o impensado, e, assim, acabei concluindo que minhas alusões ainda deixam muito, muito a desejar.



Confesso que me sinto chateado diante dessas coisas - refiro-me aos termos que digo ou escrevo que não são entendidos -, às vezes não consigo pronunciar se quer palavra, fico mudo; mudo

como um peixe, ou como qualquer outro ser que não pode falar.



Mas, como não conheço ninguém que tenha morrido por ser incompreendido, ainda mais por um motivo tão bobo assim, vou vivendo a vida, até porque não poderia mesmo viver a morte.



Ocorre-me agora que não estou aqui para falar de minhas filosofias, que muitas vezes não querem dizer nada - vai ver que é por isso que ninguém as entende, inclusive eu, em alguns casos...



Ora, mas para escrever o que mesmo foi que me sentei aqui??



Não me lembro mais, não me lembro mesmo...



Se batesse-me a vontade de pensar, o que não está acontecendo, construiria um texto a respeito do esquecimento - sempre tive o esquecimento como uma coisa louca.



Mas sempre procurei, nem sempre consegui, não esquecer de pensar antes de falar, ou de escrever. (essa frase não está solta, é proposital)



Pombas! Onde será que estão as paixões, grandes amores, sonhos e tantas outras coisas que foram esquecidas com o passar do tempo?



Será que existe algum lugar onde possam estar?



Será que estão à espera de algum resgate, ou sei lá o que?



Enfim, se existisse tal lugar, e se lá eu pudesse ir, pegaria de volta muita coisa, como aliás, os sonhos que já tive, os que gostaria de ter tido, pegaria de volta o mais lindo dos sorrisos

que me deram, entre outras coisas... Pegaria ainda de volta o motivo que me fez sentar aqui e escrever.



Ora, mas para escrever o que mesmo foi que me sentei aqui??



Não me lembro mais, não me lembro mesmo...



Bom, certamente não tinha tanta importância assim; não era nada que valesse à pena, senão não esqueceria..



Mas, já que aqui estou, para não perder a viagem e a oportunidade de te distrair, eu poderia ainda falar de minha vida, dessa eu não esqueço de forma alguma..



Olha, eu podia mesmo contar-lhe a minha vida inteira, em que há diversas coisas interessantes, mas para isso seria preciso muito tempo, ânimo e cadeira confortável (essa cadeira aqui está horrível e nem descanso para os braços tem), e eu só tenho mesmo o tempo, que também não é lá essas coisas - diria que é tão frouxo quanto o ânimo que me possui e tão sem vergonha quanto a cadeira em que me sento...



Assim, adeus, caro ou cara leitora, leia isto e apenas queira-me bem; perdoe-me o que lhe parecer ruim e de mau gosto, e, por favor, não tenha minha saída, que se dará a pouco, como acovardada, pois se tem algo que não canso de fazer é de lutar para não ser covarde, o que já é uma prova grande de valentia.



Despeço-me então elogiando sua dedicação e paciência e saio impossibilitado de não resvalar mais uma vez na frase que citei logo no primeiro parágrafo: que o cérebro é como um aparelho

de tevê: quando desaparece a imagem, está na hora de desligar o som.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui