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Contos-->O MUTANTE DO CU FALANTE - PARTE 3 -- 12/10/2003 - 19:07 (ASCHELMINTO da SILVA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A família Von Hobrach estava semidestruída pelo infortúnio causado pela presença daquela criança deformada.
Herr Karl bem que queria se aproximar mais do pequeno Joseph, mas sua repugnância aumentava dia após dia, e ele evitava sempre qualquer contato, preferindo chegar em casa bem tarde, quando todos já estivessem dormindo, pois assim não precisaria enfrentar sua provação, nem escutar as palavras de Frau Inga, sempre lhe lembrando da necessidade de abnegação e amor para com o filho.
- Ele dificilmente encontrará amor de outras pessoas, que não nós dois. Dizia ela, amável e terna, tentando aplacar a angústia que dominava o coração de seu marido.
Frau inga era o amor em pessoa, dedicando toda sua afeição ao pequeno rebento, decidira que não teria outros filhos, para não ter que dividir sua atenção e para não ver seu Joseph humilhado ainda mais, com a presença de um irmão, que provavelmente, seria perfeito e normal. Ela sabia que sua deformidade já seria alvo de grande preconceito fora de casa, então queria conservar em seu lar um ambiente de tolerância e aceitação, para reduzir o fardo que o filho carregaria pelo resto da vida.
Sua bondade e ternura faziam Herr Karl sofrer ainda mais, quando sentia que ele próprio devia ao filho uma demonstração visível do amor que ele sentia, mas a repulsa era mais forte e o dominava totalmente.
Apesar de tudo, o garoto crescia saudável e esperto, muito embora sentisse que seu lar não era feliz por causa de sua existência. Estes pensamentos não lhe acorriam com grande clareza, mas uma grande tristeza e melancolia, por vezes o faziam aquietar-se num canto e ficar assim por muito tempo.
Quando sua mãe o encontrava, carregava-o e o punha no colo, olhando-o profundamente nos olhos, tentando a todo custo não ver o ânus que se posicionava logo abaixo do nariz, ela lhe contava histórias infantis, contos de fada, canções alegres e cantigas de ninar, para retira-lo daquela situação infeliz.
E assim o tempo ia passando, enquanto o garoto ia aprendendo coisas novas a cada dia.
Suas enormes dificuldades não o impediam de alcançar a independência nas tarefas mais corriqueiras, tais como tomar uma mamadeira de mingau.
De gatinhas sobre um colchonete, ele segurava com os dois pés a mamadeira e, equilibrando-a dessa maneira, aproximava-a de suas nádegas, introduzindo na boca, que sugava o mingau com voracidade.
Sua mãe, observando-o da porta da cozinha, deixava correr lágrimas sentidas pelo filho que, apesar de tudo, começava a dar mostras de sua força para adaptar-se às condições adversas que a vida lhe proporcionara.
Ela, num misto de piedade e satisfação, guardava consigo um pensamento: Jamais permitiria que seu filho fosse dependente de ninguém, e faria o possível e o impossível para ajuda-lo a se virar sempre sozinho, naquilo que ele era deficiente, o que lhe seria de grande valia em sua vida, aumentando sua auto-estima, tão frágil.
Na cervejaria da família, Herr Karl tanto vendia quanto se embriagava com a cerveja. Alguns clientes mais próximos procuravam conversa sobre seu filho, mas ele sempre se esquivava.
Quando saia pelas ruas da cidade, ficava todo desconfiado quando as pessoas à sua volta cochichavam e riam.
Revoltando-se, quendo estava bêbado, o que era cada dia mais comum, xingava a todos e partia para a briga.
Sua situação emocional estava chegando ao limite, e mais de uma vez ele pensou em abandonar tudo e sumir no mundo, mas quando se dava conta do quando amava sua mulher e seu filho, sentia que jamais poderia abandona-los, mas que deveria abrir seu coração e deixar o amor que represava no peito envolver seus entes mais queridos.



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