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Discursos-->Morte e vida do deputado professor Luciano da Fonseca -- 08/06/2002 - 13:31 (BRUNO CALIL FONSECA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Senhoras e Senhores!

Lembramo-nos, como se fosse hoje, do dia 27 de abril de 1996, quando tomou posse na Academia Itaberina de Letras e Artes o professor José Luciano da Fonseca. Recordamos de que na solenidade de posse, todos nós, os acadêmicos, ficamos lisonjeados com a presença maciça da família do professor.
À tarde daquele dia, radiante de sol, cujos raios reverberavam no horizonte, construindo em comum simbiose com as sombras as mais desconexas, intrincadas e passageiras formas geométricas, de cuja atenção nos tirava os gorjeios da passarada nas árvores de fronte o salão onde ocorria à solenidade, revestia-se de excepcional singularidade.
No meu íntimo, confesso, um misto de alegria e exaltação mística, fazia-me voltar constantemente o pensamento para o Criador. Acrisolávamos, de há muito, o desejo de ter o professor Luciano nos quadros de nosso sodalício. Sabíamo-lo muito ocupado, eternamente ocupado com o próximo. A nós, nos recebia sempre com um sorriso cordial, irradiando alegria, otimismo e boa-vontade no servir. Seu carinho e paternal solicitude acompanharam os primeiros passos da AILA, incentivando-nos na consecução dos objetivos e misteres de nossa Academia.

Sua fala, naquela tarde, referindo-se ao seu Patrono, seu bisavô, capitão José Manoel da Silva Caldas e ao papel que uma agremiação cultural pode desenvolver no seio de uma comunidade, foi profundo ensinamento no que respeita à inserção social de uma Academia de Letras e Artes, cooperando com a construção de um mundo melhor, onde a cultura acadêmica não seja distintivo de poucos, nem seja motivo de soberba, mas sim de trabalho em prol da construção do homem integral.
Apóstolo de São Vicente de Paulo, o professor Luciano imprimiu em tudo o que fez o amor, distintivo do cristão comprometido com a construção do Reino de Deus, aquele Reino pelo qual Jesus deu a sua vida e para o qual pede constantemente a nossa cooperação.
Saudosos de sua presença física, seus pares na Academia, paradoxalmente se alegram por crê-lo mais perto de nós. Lá das alturas da Casa do Pai, intercederá por nós e nossa agremiação, ajudando-nos na construção de um mundo mais justo e humano por meio da cultura, da arte, formas supinas da manifestação do Criador.
Lembramo-lo sempre com emoção, emoção mal disfarçada daqueles que nunca se cansam de admirar as almas de escol que no cadinho da vida deixam o seu testemunho, transformam o mundo e as pessoas ao seu derredor, esparzindo suave perfume, como faz a olorosa flor, perfumando o ambiente e colorindo e alegrando os jardins.
______________________________

O Professor José Luciano da Fonseca nasceu em Itaberaí no dia 7 de janeiro de 1929, filho de João Batista da Fonseca e da Professora Modestina das Dores Fonseca. Era neto materno do Coronel Luís Antônio da Fonseca e de Dona Maria da Paixão Silva Caldas.
Sempre religioso, aos nove anos entrou para a agremiação religiosa “Os Cruzadinhos”, quando pároco de Itaberaí o padre Domingos Pinto de Figueiredo, mais tarde participou da Congregação Mariana e da Irmandade do Senhor dos Passos.
Em 1949, já em Goiânia, tornou-se Vicentino, ingressando na Conferência São Sebastião do Setor Aeroporto, iniciando, assim, seu apostolado, ao qual dedicou toda a sua vida.
Voltando para Itaberaí, em 1953 contribuiu eficazmente para a fundação da Conferência São Dimas e da Vila Vicentina São Dimas de nossa cidade, de que temos conhecimento e reconhecemos o importante trabalho ali realizado em prol dos mais necessitados.
Retornando a Goiânia, residindo em Campinas, ingressou na Conferência Nossa Senhora da Conceição da matriz daquele bairro da capital.
Formou-se em Odontologia em 1950 exercendo essa profissão até 1955. Licenciou-se em matemática e lecionou nos Colégios Pedro Gomes, Lyceu de Goiânia, Ginásio São Vicente, Instituto de Educação de Goiás, Escola Técnica de Comércio Brasiliense, Escola Técnica professora Valentina e educandário Campinas. Como professor e educador, era estimado pelos alunos e funcionários, pois a tudo imprimia sentimento e desejo de melhoria do homem, integrando mente e coração, amor e sabedoria.
Casou-se a 16 de julho de 1955 com Maria Conceição, sua companheira de vida e ideais, advindo dessa união seis filhos: Maria José, Tarcísio, Luciano Filho, Maurício, Marcelo e Carlos, irmandade à qual veio se juntar Zuleide, Adão, Antônio e Maria Moreira. Lar feliz e amoroso, a tônica da compreensão e do respeito recíproco foram os esteios e a viga mestra daquele lar cristão onde o amor acrisolado rompia as barreiras das vicissitudes e edificava as almas, dotando-as de um alto senso moral e de serviço à sociedade.
Sempre voltado para as coisas do espírito, participou de mais de 40 Cursilhos, tendo em 1971 participado do 1o encontro de Cursilhos, o qual reuniu pessoas de todo o país. Em 1972, implementando uma maior ação evangélica em um grupo de oração que se reunia nas residências do bairro onde morava, sugeriu que este grupo se agregasse a uma conferência Vicentina, surgindo a Conferência São Dimas, da qual participou fervorosamente.
Ministro extraordinário da Eucaristia, por mais de 25 anos exerceu este mandato na Matriz de Campinas, onde participava ativamente das celebrações.
Sempre ativo, incansável obreiro do bem, o seu currículo é dos mais ricos, e brilha, como brilha a pura gota de orvalho ao refletir os raios do sol numa manhã calma e amena. Cintila, sim, os seus feitos, por serem todos em prol da construção de um mundo melhor.
Resumindo seus preciosos serviços, elencaremos os seguintes postos e cargos ocupados:
Membro do Conselho Arquidiocesano de Leigos Católicos.
Membro da Diretoria da Repetidora da Rede Vida, em Goiânia;
Membro da Fundação Dom Fernando (Órgão da Cúria Metropolitana da Arquidiocese de Goiânia);
Presidente do Conselho Metropolitano de Goiânia, por dois mandatos.
Como Vereador de Goiânia, em várias legislaturas, de 1977 a 1992, foi autor de inúmeros projetos de leis criando várias escolas na capital, obtendo por meio de cessão de uso, junto ao Poder Público, várias áreas para a construção de igrejas, creches e centros sociais.
Como Deputado Estadual, por dois mandatos, sua atuação de político comprometido com o bem estar da população, foi exemplo edificante para a classe política que no Professor Luciano tem o paradigma maior de um político cuja alcunha estampada nos jornais por ocasião de sua partida para a Casa do Pai foi o de um homem honesto.
Sempre voltado para a ajuda humanitária e caritativa, como sói ser um verdadeiro discípulo de São Vicente de Paulo, coordenou a festa da Colônia Santa Marta por 20 anos, aonde ia todos os dias das novenas, bem como se fazia presente nos trabalhos com os irmãozinhos do São Cotolengo, em Trindade.
Participou por mais de seis anos das reuniões do grupo de Oração do Movimento Carismático Católico da Matriz de Campinas.
Apresentava excelentes programas de rádio, na Voz Vicentina do Centro-Oeste, na Rádio Difusora de Goiânia, e na Rádio Silvestre de Itaberaí.
Intelectual e educador exímio, publicou “Versos e Retalhos d’alma”, e “Reflexões sobre questões atuais”, opúsculos que bem merecem ser republicados, pois trazem grandes ensinamentos para a vida prática e a carreira política, política tida como vocação para servir e não como meio escuso de buscar os próprios interesses. Neste sentido os seus pronunciamentos por ocasião da Campanha da Fraternidade da Igreja Católica, cujo tema foi “Fé e Política” são documentos importantes para essa reflexão.
Uma frase, saída do coração, com aquele seu jeito peculiar, simples e humilde de se manifestar, ficou gravada em nossa recordação. Disse o professor: “É muito bom ser querido e amado em minha terra!” E, crendo na continuação da vida, na ressurreição e na eternidade do Amor, a Academia Itaberina de Letras e Artes o homenageia, certa de contar sempre com a sua intercessão, com o seu apoio, assim como com ele contam os milhares de seres sofridos, pobres, doentes, que de suas mãos receberam alívio, cujas dores foram minoradas pelo seu trabalho indefeso em favor dos mais necessitados.
_______________________________

Meus Amigos e Amigas!

Falar do professor José Luciano da Fonseca nos emociona. Oxalá seu exemplo de vida seja por nós imitado. Que seu amor ao Cristo nos contagie. Que seu exemplo de político seja trilha norteadora para os nossos homens públicos e que o amor seja o sentimento a ligar e interligar os nossos corações, fortalecendo-nos na construção de um novo modo de pensar o mundo: um mundo criado para todos, onde todos tenham oportunidades iguais, um mundo como o sonhado e buscado pelo Professor José Luciano da Fonseca.


Muito Obrigado!

Antônio César Caldas Pinheiro
Presidente da Academia Itaberina de Letras e Artes – AILA
www.aila.kit.net
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