Que muitas mudanças ocorreram no âmbito educacional é fato. Lidar com elas de maneira consciente e visando o bem geral é mais que necessário, é imprescindível.
Hoje a escola acumula a tarefa de "educar" à de "ensinar". Ela não mais forma alunos, forma cidadãos, pessoas.
Resolver os problemas de inclusão mais os "deveres de casa" que antes eram atribuídos à família, carece de muito preparo: pedagógico, cultural e principalmente pessoal.
Os professores que antes eram a fonte de saber, hoje são construtores e mediadores de informações mais amplas, se relacionando e interagindo não só como profissional, mas fundamentalmente como ser humano.
Como tal, sua postura anterior de inatingível se faz tão vulnerável como a de seus alunos, que para aumentar este conflito, não são meras folhas em branco como se pensava, mas vêm para o espaço escolar com muita vivência escrita, muitas vezes cabendo ao professor não ensiná-lo a ler letras e números, mas principalmente ajudá-lo a decodificar a nova linguagem chamada "mundo".
Qual o problema? Exatamente este: os professores vêm de uma cadeia hierárquica em ruínas e precisa resolver este novo jeito de ler e ensinar o mundo "dentro"de si.
Aprender a diversificar seu olhar e assumir a postura de mediador de informações, num processo interno e só depois em sala de aula, muito ajudaria.
Em bora os salários não cubram o acúmulo de funções: professor+educador+ família+ psicólogo etc, com certeza, ver seus alunos- sementes tornarem-se frondosas àrvores humanas, como já diz conhecido comercial de TV, não tem preço.
Num mundo altamente consumista e regido por valores "compráveis", vale não esquecer que, de fato, o exemplo não é o melhor meio de se educar, mas o ÚNICO. Daí ser a educação o ÚNICO investimento sem perdas. |