Encanta-me, vento
Faz com que adormeça.
Leva-me sol, revelada
Na tua fúlgida aura.
Flores, não me olheis agora,
Apartai-vos da tristeza.
Embala-me, árida terra
Pois me derramo em ternura
Que a ninguém aproveita.
Encerro a custo a vida
No casulo que estiola,
Se inuma em véu de bruma.
Lisboa, 10/7/2004 |