A cor do sonho que sonhaste,
nem mesmo reparaste que foi a cor que escolhi
para enfeitiçar teu corpo em brasas...
Eu... somente Eu...
Registrei mil sonhos em tua memória!
Por que não me vias cigana em teus sonhos?
Se ao som das cordas profanas de mil violinos
e de guitarras, eu me perdia na sensualidade
da dança cigana te excitando?
Apenas as músicas te absorviam,
mas minha magia é que te eriçavam
os pelos e te tornavam teso!
Sabes o porquê das memórias do teu desespero?
Era a certeza de teus sentidos anunciando
que havia a teu lado uma presença
que o contagiava... e não tiveste o poder
de perceber de quem se tratava!
Desculpa-me, tê-lo acordado de teus sonhos!
Necessitei fazê-lo, para sentires
que estive contigo...
e um amor alucinado se apossou de nossos corpos!
A fragrância de líquidos, mistura
de nossos orgasmos, o cheiro da mata
e da terra molhada, oriundos de minhas origens,
realmente roubaram tua razão
e te levaram a ser quase um nada!
Juro-te, que de mim, das sensações luxuriosas
de nossos corpos estreitados, do cheiro de mato,
da terra molhada, e o cheiro de amor
envolvendo o ar do teu quarto...
jamais te esquecerás!
Tu me fazes rir até hoje, por não ter entendido
que ninguém sonha sozinho, se não tiver a seu
lado outro alguém, vibrando de desejos
na mesma sintonia!
Como poderias ter sentido um prazer infinito...
e convulsivo, sozinho... se não havia loucura
em teu juízo?
Teu dois enganos foram quanto a cor da minha pele
que de dourada a enxergaste alva, talvez...
reflexos da luz da lua prateada!
Enganou-se também quanto à maciez da minha pele!
Pele igualada à cetins franceses...
E não às melhores sedas do mercado!
Teu desejo incendiava tua pele...
E tua carne ardia como brasas!
Tremias, guiando-me à nudez do teu corpo...
Não desejavas acordar dos teus sonhos,
de tanto querer houve, entre dois corpos loucos!
