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cronicas-->Carta de esperança -- 14/03/2003 - 09:50 (Marcos Woyames de Albuquerque) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Caro Amigo,

Tudo bem?

Como estão todos em sua casa? Fátima, os meninos? E os netos, já vieram?

Aqui em casa, graças a Deus, todos estamos gozando de boa saúde.

O pequenino é que está cada vez dando mais trabalho. Cada dia que passa fica mais sapequinha, acho que é sinal de muita saúde!

Sabe meu amigo, a vida tem sido um pouco difícil para nós no aspecto financeiro. Acredito que para todos, mas especialmente para nós, funcionários públicos. Já está fazendo mais de oito anos sem um reajuste, razão pela qual estamos tendo que nos virar para tentar manter o padrão de vida que as crianças foram acostumadas.

Maria, além de já trabalhar na prefeitura e ter os trabalhos de dona de casa, agora anda fazendo artesanato para ajudar no orçamento.

Eu, por outro lado, fiz um cursinho e estou fazendo meus bicos com manutenção de computadores, mas é serviço raro, nem sempre aparece. Algumas vezes bate um desànimo muito grande. Dá vontade de largar tudo e sumir no mundo! Se não fosse a Maria e as crianças, juro que já teria feito isso!

A situação anda tão difícil que estamos sendo obrigados a tomar algumas medidas de contenção de despesas. Uma delas é que não estou mais usando o carro para me deslocar de casa para o trabalho. Também pudera, com o atual preço dos combustíveis, em breve, automóvel será objeto de decoração!

Falta de grana é fogo, mas tem suas vantagens.

Ontem cedo, quando vinha para o trabalho, em uma das paradas , observei pela janela do ónibus que um restaurante, ainda fechado, exibia um cartaz... "Precisa-se de garçonete".

Ao lado da porta, uma jovem de aspecto cansado e com cara de pouca esperança, um desànimo latente. Provavelmente cansada de ter chegado muito mais cedo do que a hora em que a vi. Desesperançada pela dificuldade de emprego e desanimada provavelmente por haver tentado outras vezes e não ter obtido sucesso. Chamou-me a atenção, além do fato de estar ali de pé tão cedo, o fato de ser a única a tentar a vaga, afinal estamos em tempos de empregos escassos!

Naquela hora, apesar de tudo, até da falta de aumento por tanto tempo, agradeci por ainda ter emprego!

Hoje, novamente me dirigindo ao trabalho, quando da passagem pelo mesmo local, notei que o cartaz já não estava lá. Pensei comigo mesmo... tomara que ela tenha conseguido e emprego!

Foi assim pensar e logo a seguir a jovem dobra a esquina, se aproxima do restaurante.
Seu semblante exibia uma leveza que não havia ontem. Seu andar era jovial, saltitante.
Seu aspecto renovado, característico de quem readquiriu a crença na vida.
Bateu na porta fechada e logo alguém a abriu e ela, com um sorriso nos lábios entrou.

Sinceramente, meu amigo, uma lágrima de emoção chegou a brotar de meus olhos

Pode parecer loucura minha, mas agradeço por estar no ónibus nos dois momentos e poder presenciar o que acabo de descrever.

Hoje, mais uma vez, a vida me dá uma lição.. onde até a esperança de foi, de um momento para outro tudo pode mudar e a vida ter continuidade.

Como é bom estar vivo!

Como é bom ter o direito de observar a vida!

Como é bom descobrir que nada está acabado!

Dê lembranças minhas a todos e, assim que as coisas melhorarem daremos um pulinho até aí e, quem sabe poderemos fazer um churrasquinho como aqueles que costumávamos fazer.

Um abraço afetuoso

Marcos


Quer falar com o autor? Escreva para mwoyames@ibge.gov.br
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