O tempo vai passando e nada se modificou
a casa é a mesma, como você deixou
as paredes descoradas, agora melhor pintadas
ainda guardam as conversas faladas, murmuradas
que você falou...
o coração ainda abriga o velho sentimento
que, tão velho de tanto ressentimento
bate descompassado, quase parado...
este é o meu estado!
e a chama antes tão acesa,
crepita tremulante na tristeza
já nem sei se é ausência do corpo ou só saudade,
mas que dói sem parar, isso é verdade
e, conto os momentos, os dias, as horas
para que eu possa finalmente ir embora
E vou seguindo assim, a viver
na dor pungente e tão severa
com a esperança forte de um dia poder ver
e, na ânsia dessa longa espera
para finalmente viver, quando enfim morrer...
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