Maria ama a todos. Todos que ela escolhe. Numa observação minuciosa, focaliza o mais profundo eu, o seu e o nosso. E congela o tempo como ninguém. Sempre sacana, provocante, despojada. Maria me atenta como o sangue ao morcego. Vóo em seus seios esvoaçando seus lábios e suas gulas. Ai Maria, ai Maria. Maria, Maria.
Ao telefone, uma frase não é apenas um aglomerado de letras. Sua voz instiga, seduz, e pede que a coma, assim mesmo, na lata, na cama, com dentes e língua. Sua classe espanta a vulgaridade, já sua nudez dispensa comentários. "Eu quero dar para você" - e ereto, sinto-me o único. Maria completa, a mim e à s suas taras. Seu cheiro e seu cabelo, sua cintura e sua cabeça. Seus foras e nossos dentros. Maria, Maria, delícia de alento.
Se lambuza, sem blusa, sem calça, sem o sutiã e suas alças, engole, engole e se lambuza. Com dedos, com línguas, com pés ou coxas. Geme, enfia tudo, quase tira e lambe, lambe e me olha, safada. Me olha, me olha com os lábios pedindo, querendo, mordendo. Se estiver rápido ela pára. Quer todo o tempo. Quer o tempo todo. Ela pára. Gosta de dár lento, sempre como se fosse a primeira, a descoberta. Ela desliza, respira, desliza e respira, cada vez mais quente e próxima. Ela vem chegando, sempre mais, e goza, goza e desliza, desliza, escorre e some.