Espalho o olhar sobre o nada
Vejo o muito que ali existe:
O vazio entre a ignorância e a educação,
O poder e a submissão,
Os que falam e os que calam.
Os que se acham com razão,
Os que olham sem visão,
Os que falam sem nexo,
E os que ficam só por sexo.
Está tudo lá,
Entre o fim e o começo,
Entre o abismo e a plataforma,
Entre o sim e o não,
Entre o partir e o ficar,
O céu e o inferno.
Hoje é tudo tão moderno
Que indiferente, volto a fechar os olhos
E dormir em paz.
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