Todas as manhãs eu preparo o meu próprio café
Café forte, preto, café bom
Mas muito amargo pra ser consumido.
Todas as manhãs, eu colho quatro colheres de açúcar
Açúcar forte, branco, bom
Mas muito doce pra ser consumido.
Todas as manhãs eu doso o café e o açúcar de modo
Que se tornem um só.
O café está doce.
O açúcar está amargo.
Todas as manhãs meto na mesma xícara
As doçuras e amarguras da minha vida.
As tristezas são muitas, preciso de novos amores.
Eu vivo de sonho, preciso de novas desilusões.
Dentro da xícara, café, açúcar, e poesia.
Rogério Penna
jul. 2004 |