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Contos-->Irônico, como a vida -- 24/10/2003 - 14:35 (Paulo Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


No exato momento em que Pedro depositava o copo americano, com cerveja ate a metade, sobre a mesa do bar. Julia pulava em cima de uma rola, uivando de prazer e banhada de suor promiscuo.
Alguns Kilômetros e muitas diferenças os separavam. Eles não se conheciam, nem ao menos havia esperança de se conhecerem um dia. Viviam em mundos diferentes e próximos, o bastante para conhecerem todas as diferenças.
Julia repousou o corpo exaurido e ofegando sobre o peito, igualmente arfante, do parceiro. E Pedro alisou a areia com os pés e mirou a lua que jazia alta na madrugada.
Tinham praticamente a mesma idade e cada um exorcizava os seus demônios de modo peculiar. Perdiam-se entre os outros e não se encontram em si. Valorizavam coisas diferentes. Cultuavam vidas que não viviam.
Pedro deu outro gole na cerveja gelada enquanto a brisa lhe fechava os olhos e Julia deitou-se ao lado do homem com quem transara e buscou, inutilmente, no depois um prazer inalcançável.
Eram jovens demais para fazerem planos e velhos demais para serem inconseqüentes. Ambos não sabiam onde pisavam. Brigavam, cada um ao seu modo, com os medos que atormentam os que vêem o futuro cada vez mais próximo.
Julia virou de lado dando as costas ao homem e fechou os olhos para enxergar a paz. Pedro contraiu todo o rosto com as mãos, apertando forte a dor.
Tão repentinamente quanto o vento que lhe banhava, uma pergunta apoderou-se dos pensamentos de Pedro. Sem qualquer razão. Sem qualquer dor ou mágoa. Falou baixo, para ele mesmo acreditar no que se perguntava “quem esta comendo a mulher da minha vida ?”
Julia chorou baixo para não acordar o outro. Lagrimas de vazio. Lagrimas de ausência.
Pedro e Julia casaram-se três anos depois daquela noite. Ele sorridente dizendo aos amigos: “Essa eh a mulher da minha vida.”. Ela chorando lagrimas de riso. Lagrimas de plenitude.
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