MAR
A deriva, mar a dentro
navego em tuas águas
tão cristalinas!
E ao deleite das correntezas
vivo o infinito dos segredos...
O balanço das repetidas ondulações,
que se formam de quebradas em quebradas
soam como majestosa sinfonia!
Ali,
o mar geme o canto sublime,
dos mistérios e das paixões!
Orquestração dos desejos,
brisas, movimentos da costa...
Esvaído no vai e vem das ondas
o sol se desnuda,
rasteja a beira-mar
e beija-te a face!
Ora morno... Ora quente...
Há noites,
que navego por outros mares.
Abro minha bússola
emperrada pela maresia,
e vejo o coração entre os dentes,
apertado, sangra em agonia...
No céu, um azul sem tochas
nenhuma lua como fantasia
e um cinza no romper do dia!
Quem és?
Ó mar...
Como podes invadir meu corpo
e, roubar-te o coração?
Dizei-me, pois!
Nhca
jan/94 |