Sua cor é vermelha,
Como vinho tinto.
Corre como o vento,
Apesar dos caminhos tortuosos
Por onde ziguezagueia.
Importante como o ar que respiramos.
Sagrado como a vida,
Goteja das seringas infectadas,
Nos cantos escuros dos guetos.
Esguicha das artérias,
Após o certeiro golpe na garganta.
A navalha sangra.
O lenço tinge-se de vermelho.
Acondicionado em bolsas de plástico,
Aguarda os testes para a sua liberação.
Na esperança de que salve vidas,
Suplica-se por sua doação.
Negócios escusos são feitos,
Para seu comércio ilegal.
À margem da lei e da ordem,
Esqueceram o respeito e a moral.
Quem pode, paga por uma quantidade.
Quem não pode pagar, morre,
Na frágil esperança da salvação,
Ou o recebe indevidamente,
Colocando em risco a vida,
Daqueles que já não podem dizer NÃO.
É somente um líquido salvador
Ou uma maravilha da natureza.
Complexidade da vida,
Na nossa vida, uma certeza.
Sangue...encarnado, vermelho.
Sangue... que dá a vida.
Sangue... que tira a vida.
Sangue...que nada mais é do que...
Uma das formas de vida,
Que habita uma outra
Frágil forma...
Chamada...homem. |